Relativamente à vida de Cristo, o Símbolo da Fé apenas fala dos mistérios da Encarnação (conceição e nascimento) e da Páscoa (paixão, crucifixão, morte, sepultura, descida à mansão dos mortos, ressurreição, ascensão). Nada diz explicitamente dos mistérios da vida oculta e pública de Jesus. Mas os artigos que dizem respeito à Encarnação e à Páscoa de Jesus esclarecem toda a vida terrena de Cristo. "Tudo o que Jesus fez e ensinou desde o princípio até ao dia em que foi elevado ao céu" (At 1, 1-2) deve ser visto á luz dos mistérios do Natal e da Páscoa.
513. A catequese, segundo as circunstâncias, explanará toda a riqueza dos mistérios de Jesus. Aqui, basta indicar alguns elementos comuns a todos os mistérios da vida de Cristo (I), para depois esboçar os principais mistérios da vida oculta (II) e pública (III) de Jesus.
I. Toda a vida de Cristo é mistério
514. Muitas coisas que interessam à curiosidade humana, a respeito de Jesus, não figuram nos evangelhos. Quase nada se diz da sua vida em Nazaré e mesmo grande parte da sua vida pública não é relatada. O que foi escrito nos evangelhos, foi-o "para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome" (Jo 20, 31).
515. Os evangelhos foram escritos por homens que foram dos primeiros a receber a fé e que quiseram partilhá-la com outros. Tendo conhecido, pela fé, quem é Jesus, puderam ver e fazer ver os traços do seu mistério em toda a sua vida terrena. Desde os panos do nascimento até ao vinagre da paixão e ao sudário da ressurreição, tudo, na vida de Jesus, é sinal do seu mistério. Através dos seus gestos, milagres e palavras, foi revelado que "n'Ele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Cl 2, 9). A sua humanidade aparece, assim, como "sacramento", isto é, sinal e instrumento da sua divindade e da salvação que Ele veio trazer. O que havia de visível na sua vida terrena conduz ao mistério invisível da sua filiação divina e da sua missão redentora.
OS TRAÇOS COMUNS DOS MISTÉRIOS DE JESUS
516. Toda a vida de Cristo é revelação do Pai: as suas palavras e atos, os seus silêncios e sofrimentos, a maneira de ser e de falar. Jesus pode dizer: "Quem Me vê, vê o Pai" (Jo 14, 9); e o Pai: "Este é o meu Filho predileto: escutai-O" (Lc 9, 35). Tendo-Se nosso Senhor feito homem para cumprir a vontade do Pai, os mais pequenos pormenores dos seus mistérios manifestam "o amor de Deus para conosco".
517. Toda a vida de Cristo é mistério de redenção. A redenção vem-nos, antes de mais, pelo sangue da cruz. Mas este mistério está atuante em toda a vida de Cristo: já na sua Encarnação, pela qual, fazendo-Se pobre, nos enriquece com a sua pobreza; na vida oculta que, pela sua obediência, repara a nossa insubmissão; na palavra que purifica os seus ouvintes: nas curas e expulsões dos demónios, pelas quais "toma sobre Si as nossas enfermidades e carrega com as nossas doenças" (Mt 8,17)(197); na ressurreição, pela qual nos justifica.
518. Toda a vida de Cristo é mistério de recapitulação. Tudo o que Jesus fez, disse e sofreu tinha por fim restabelecer o homem decaído na sua vocação originária:
"Quando Ele encarnou e Se fez homem, recapitulou em Si a longa história dos homens e proporcionou-nos, em síntese, a salvação, de tal forma que aquilo que havíamos perdido em Adão – isto é, sermos imagem e semelhança de Deus – o recuperássemos em Cristo Jesus". "Aliás, foi por isso que Cristo passou por todas as idades da vida, restituindo assim a todos os homens a comunhão com Deus".
A NOSSA COMUNHÃO NOS MISTÉRIOS DE JESUS
519. Toda a riqueza de Cristo "se destina a todos os homens e constitui o bem de cada um" . Cristo não viveu para Si mesmo, mas para nós, desde a Encarnação "por nós homens e para nossa salvação" até á sua morte por causa dos nossos pecados (1 Cor 15, 3) e à sua ressurreição "para nossa justificação"(Rm 4, 25). Ainda agora, Ele é "o nosso advogado junto do Pai"(1 Jo 2, 1), "sempre vivo para interceder por nós"(Heb 7, 25). Com tudo o que viveu e sofreu por nós, uma vez por todas, Ele está para sempre presente "em nosso favor, na presença de Deus"(Heb 9, 24).
520. Em toda a sua vida, Jesus mostra-Se como nosso modelo: é "o homem perfeito", que nos convida a tornarmo-nos seus discípulos e a segui-Lo; com a sua humilhação, deu-nos um exemplo a imitar; com a sua oração, convida-nos à oração; com a sua pobreza, incita--nos a aceitar livremente o despojamento e as perseguições.
521. Tudo o que Cristo viveu, Ele próprio faz com que o possamos viver n'Ele e Ele vivê-lo em nós. "Pela sua Encarnação, o Filho de Deus uniu-Se, de certo modo, a cada homem". Nós somos chamados a ser um só com Ele; Ele faz-nos comungar, enquanto membros do seu corpo, em tudo o que Ele próprio viveu na sua carne por nós, e como nosso modelo:
"Devemos continuar a completar em nós os estados e mistérios da vida de Jesus e pedir-Lhe continuamente que Se digne consumá-los perfeitamente em nós e em toda a sua Igreja [...]. Na verdade, o Filho de Deus deseja comunicar e prolongar, de certo modo, os seus mistérios em nós e em toda a sua Igreja, [...] quer pelas graças que decidiu conceder-nos, quer pelos efeitos que deseja produzir em nós, por meio destes mistérios. É neste sentido que Ele quer completá-los em nós".
Fonte: Catecismo da Igreja Católica
513. A catequese, segundo as circunstâncias, explanará toda a riqueza dos mistérios de Jesus. Aqui, basta indicar alguns elementos comuns a todos os mistérios da vida de Cristo (I), para depois esboçar os principais mistérios da vida oculta (II) e pública (III) de Jesus.
I. Toda a vida de Cristo é mistério
514. Muitas coisas que interessam à curiosidade humana, a respeito de Jesus, não figuram nos evangelhos. Quase nada se diz da sua vida em Nazaré e mesmo grande parte da sua vida pública não é relatada. O que foi escrito nos evangelhos, foi-o "para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome" (Jo 20, 31).
515. Os evangelhos foram escritos por homens que foram dos primeiros a receber a fé e que quiseram partilhá-la com outros. Tendo conhecido, pela fé, quem é Jesus, puderam ver e fazer ver os traços do seu mistério em toda a sua vida terrena. Desde os panos do nascimento até ao vinagre da paixão e ao sudário da ressurreição, tudo, na vida de Jesus, é sinal do seu mistério. Através dos seus gestos, milagres e palavras, foi revelado que "n'Ele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Cl 2, 9). A sua humanidade aparece, assim, como "sacramento", isto é, sinal e instrumento da sua divindade e da salvação que Ele veio trazer. O que havia de visível na sua vida terrena conduz ao mistério invisível da sua filiação divina e da sua missão redentora.
OS TRAÇOS COMUNS DOS MISTÉRIOS DE JESUS
516. Toda a vida de Cristo é revelação do Pai: as suas palavras e atos, os seus silêncios e sofrimentos, a maneira de ser e de falar. Jesus pode dizer: "Quem Me vê, vê o Pai" (Jo 14, 9); e o Pai: "Este é o meu Filho predileto: escutai-O" (Lc 9, 35). Tendo-Se nosso Senhor feito homem para cumprir a vontade do Pai, os mais pequenos pormenores dos seus mistérios manifestam "o amor de Deus para conosco".
517. Toda a vida de Cristo é mistério de redenção. A redenção vem-nos, antes de mais, pelo sangue da cruz. Mas este mistério está atuante em toda a vida de Cristo: já na sua Encarnação, pela qual, fazendo-Se pobre, nos enriquece com a sua pobreza; na vida oculta que, pela sua obediência, repara a nossa insubmissão; na palavra que purifica os seus ouvintes: nas curas e expulsões dos demónios, pelas quais "toma sobre Si as nossas enfermidades e carrega com as nossas doenças" (Mt 8,17)(197); na ressurreição, pela qual nos justifica.
518. Toda a vida de Cristo é mistério de recapitulação. Tudo o que Jesus fez, disse e sofreu tinha por fim restabelecer o homem decaído na sua vocação originária:
"Quando Ele encarnou e Se fez homem, recapitulou em Si a longa história dos homens e proporcionou-nos, em síntese, a salvação, de tal forma que aquilo que havíamos perdido em Adão – isto é, sermos imagem e semelhança de Deus – o recuperássemos em Cristo Jesus". "Aliás, foi por isso que Cristo passou por todas as idades da vida, restituindo assim a todos os homens a comunhão com Deus".
A NOSSA COMUNHÃO NOS MISTÉRIOS DE JESUS
519. Toda a riqueza de Cristo "se destina a todos os homens e constitui o bem de cada um" . Cristo não viveu para Si mesmo, mas para nós, desde a Encarnação "por nós homens e para nossa salvação" até á sua morte por causa dos nossos pecados (1 Cor 15, 3) e à sua ressurreição "para nossa justificação"(Rm 4, 25). Ainda agora, Ele é "o nosso advogado junto do Pai"(1 Jo 2, 1), "sempre vivo para interceder por nós"(Heb 7, 25). Com tudo o que viveu e sofreu por nós, uma vez por todas, Ele está para sempre presente "em nosso favor, na presença de Deus"(Heb 9, 24).
520. Em toda a sua vida, Jesus mostra-Se como nosso modelo: é "o homem perfeito", que nos convida a tornarmo-nos seus discípulos e a segui-Lo; com a sua humilhação, deu-nos um exemplo a imitar; com a sua oração, convida-nos à oração; com a sua pobreza, incita--nos a aceitar livremente o despojamento e as perseguições.
521. Tudo o que Cristo viveu, Ele próprio faz com que o possamos viver n'Ele e Ele vivê-lo em nós. "Pela sua Encarnação, o Filho de Deus uniu-Se, de certo modo, a cada homem". Nós somos chamados a ser um só com Ele; Ele faz-nos comungar, enquanto membros do seu corpo, em tudo o que Ele próprio viveu na sua carne por nós, e como nosso modelo:
"Devemos continuar a completar em nós os estados e mistérios da vida de Jesus e pedir-Lhe continuamente que Se digne consumá-los perfeitamente em nós e em toda a sua Igreja [...]. Na verdade, o Filho de Deus deseja comunicar e prolongar, de certo modo, os seus mistérios em nós e em toda a sua Igreja, [...] quer pelas graças que decidiu conceder-nos, quer pelos efeitos que deseja produzir em nós, por meio destes mistérios. É neste sentido que Ele quer completá-los em nós".
Fonte: Catecismo da Igreja Católica
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