Deves buscar com diligência a graça da devoção, implorá-la com insistência, esperá-la com paciência e confiança, recebê-la com gratidão, conservá-la com humildade, com ela cooperar solicitamente, e deixar a Deus, até que venha, o tempo e o modo da visita do alto.
Deus e Senhor meu, Vós sois todo o meu bem; e quem sou eu para me atrever a falar-Vos?
Sou o mais pobre dos vossos servos vermezinho abjeto da terra, muito mais pobre e desprezível do que eu mesmo sei e ouso dizer.
Lembrai-Vos pois, Senhor, que nada sou, nada tenho e nada valho.
Vós só sois bom, justo e santo; Vós tudo podeis, tudo dais, tudo encheis, e o pecador deixais vazio de vossos dons.
“Lembrai-vos de vossas misericórdias” (SL 24,6) , e enchei meu coração de vossa graça; Vós que não quereis fique vazia nenhuma de vossas obras.
Como poderei eu suportar-me nesta vida miserável, se me não fortificar a vossa misericórdia e a vossa graça?
Não me oculteis a vossa face (SL 142,7); não demoreis em visitar-me; não me priveis de vossa consolação, para que, “minha alma não fique, diante de Vós, como terra sem água” (SL 142, 6)
“Ensinai-me, Senhor, a fazer a vossa vontade”; e ensinai-me a estar em vossa presença digna e humildemente; pois sois minha sabedoria, Vós, que na verdade me conheceis, e me conhecestes antes que eu viesse ao mundo e ainda antes que o mundo fosse criado.
IMITAÇÃO DE CRISTO – Livro III - Capítulo III
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