Quando olhamos para o Antigo Testamento vemos que a criança
era um ser que não possuía direitos. Deus redime a condição humana por um
caminho sem saltos: desde a concepção até a morte.
Imaginemos o menino Deus
sendo amamentado, imaginemos São José ensinando Jesus a andar segurando-o pelas
mãozinhas. Ora, se isto não é assumir a totalidade da natureza humana, nós não
sabemos o que é. Quando ele assume a natureza humana por meio de uma criança
faz apresentando-se de forma mais vulnerável possível. O Papa Bento XVI
escreveu em seu livro Jesus de Nazaré "que o Verbo de Deus ao fazer-se carne e assumir
nossa natureza Deus chegou à beira do abismo de quase negar a si mesmo."Como haver pobreza mais profunda que nascer e ser colocado
em um local que servia para os animais se alimentarem e ser envolvido por
faixas? Pôde Deus superar limites intransponíveis aos homens com seu
nascimento. E a Eucaristia prova que o amor de Deus é de fato este: o amor que
se doa. Quer alimento mais pobre que um pedaço de pão? Um pedaço de pão é o
mais simples dos alimentos para o homem. Logo, é quando Deus se faz pobre que Ele pode nos enriquecer. É quando ele se
faz pão que pode nos alimentar.
Deus tem uma pedagogia fantástica para nos ensinar as
coisas: Ele não ensina a partir de um
ditado de regras, mas Ele mesmo faz o caminho, o caminho que todo o ser humano
realiza:. Ele é nutrido, ensinado, educado, passa a ter compreensão da vida,
transforma-se, luta, assim como nós. Não lhe parece fantástico que todo trajeto
da sua vida desde que você foi concebido já foi redimido pelo Cristo? Ele
passou por tudo que você passou, exceto no pecado. Tudo o que Jesus toca
torna-se santo. Ele toca a realidade humana e a santifica, ele toca a família e
a santifica, ele toca as relações humanas e as santifica.
Um traço forte da
natureza humana que Cristo assume e que nós hoje podemos destacar é: pertencer
a uma família. É na família que se desenvolve a segurança da criança. Se o
próprio Deus quis ter uma família, isto é sinal que a família é uma instituição
sagrada.
E então a gente pode dizer: mas minha família não parece
santa. De fato os problemas não terminam depois que Cristo nasce, porém tais
dificuldades são Divinamente iluminadas por uma luz eterna e encarnada que não
se extingue. Deus quando assume a família não está assumindo uma realidade
idealizada, ou sem dificuldades, mesmo porque quantas dificuldades teve a
Sagrada Família (nascer na estrebaria, fugir de Herodes, passar muito tempo
escondidos no Egito…). Portanto, não diz respeito a uma família sem problemas,
mas a uma família que tem vocação Sagrada. Mesmo com as nossas dificuldades as
nossas famílias também são sagradas, são instituições divinas.
9Alegrai-vos e exultai ao mesmo tempo, ó ruínas de Jerusalém, o Senhor consolou seu povo e resgatou Jerusalém.10O Senhor desnudou seu santo braço aos olhos de todas as nações; todos os confins da terra hão de ver a salvação que vem do nosso Deus. Isaías 52, 9-10
Não deve haver temor quando sabemos o que de fato é o Natal.
Quando sabemos quem é aquele menino recém nascido:
3Este é o esplendor da
glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o universo com o poder de
sua palavra. Tendo feito a purificação dos pecados, ele sentou-se à direita da
majestade divina, nas alturas. 4Ele foi colocado tanto acima dos anjos quanto o
nome que ele herdou supera o nome deles. Hebreus 1, 3-4
Não temais, filhos de Deus, não tenhais medo de nada:
14E a Palavra se fez
carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe
do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade. João 1, 14
Vivei como Filhos no Filho muito amado de Deus!
Feliz Natal a todo homem e ao homem todo! Viva o Nosso Deus!
Fernanda Rosetti
Cofundadora da Comunidade Encontro
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