"Pecadores sim, corruptos
jamais!": o Angelus do Papa na Solenidade de Cristo Rei
"Certamente todos somos
pecadores", disse o Papa no Angelus dominical. "Mas quando vivemos
sob o senhorio de Jesus, não nos tornamos corruptos, falsos, inclinados a
encobrir a verdade. Não se leva uma vida dupla."
Após
celebrar a missa na Basílica Vaticana por ocasião da Jornada Mundial da
Juventude diocesana, o Papa Francisco se reuniu com fiéis e peregrinos na Praça
São Pedro para o Angelus dominical.
Em sua
alocução, acompanhado de dois jovens da diocese de Roma, o Pontífice comentou o
Evangelho da Liturgia deste último Domingo do Tempo Comum, que culmina numa
afirmação de Jesus: "Eu sou Rei".
Ele
pronuncia estas palavras perante Pilatos, enquanto a multidão grita para o
condenar à morte. Anteriormente, Jesus não queria que o povo o aclamasse como
rei, mas o fato é que a realeza de Jesus é bastante diferente da mundana, como
explicou o Papa:
“Ele não vem para dominar, mas
para servir. Ele não vem com os sinais do poder, mas com o poder dos sinais.
Não está vestido com insígnias preciosas, mas está despido na cruz.”
A sua
realeza vai além dos parâmetros humanos, disse ainda Francisco. “Ele não é rei
como os outros, mas que é rei para os outros.”
Aplausos ou serviço?
O Papa
prosseguiu destacando que Cristo disse que é rei no momento em que a multidão
está contra ele, mostra-se livre do desejo de fama e glória terrena.
“E nós -
perguntemo-nos - sabemos como imitá-lo nisto? No que fazemos, em particular no
nosso compromisso cristão, contam os aplausos ou o serviço?”
Jesus não
só evita qualquer busca da grandeza terrena, como também torna livre e soberano
o coração de quem o segue.
“O seu
reino é libertador, não há nada de opressivo. Ele trata cada discípulo como um
amigo, não como um súdito.”
Portanto,
acrescentou o Papa, seguindo Jesus, não se perde, mas se ganha dignidade.
Porque Cristo não quer ao seu redor servilismo, mas pessoas livres.
Pecadores sim, corruptos jamais!
O
fundamento desta liberdade de Jesus vem da verdade. É a sua verdade que nos
liberta:
“A vida
do cristão não é uma recitação em que se possa usar a máscara que é mais
conveniente. Porque quando Jesus reina no coração, ele liberta-o da hipocrisia,
dos subterfúgios, das duplicidades.”
Certamente
todos somos pecadores, reconheceu o Papa. Mas, quando vivemos sob o senhorio de
Jesus, não nos tornamos corruptos, falsos, inclinados a encobrir a verdade. Não
se leva uma vida dupla.
“Pecadores sim, corruptos
jamais!”
O Pontífice concluiu pedindo a
intercessão de Nossa Senhora para que nos ajude a procurar todos os dias a
verdade de Jesus, que nos liberta das escravidões terrenas e nos ensina a
governar os nossos vícios.
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