Embora
as restrições da Regra possam, às vezes, parecer ásperas ou mesmo irracionais
para os leitores contemporâneos, elas, na verdade, iluminam princípios
espirituais atemporais que podem ser de imenso valor hoje em dia
A Regra de São Bento foi
composta há mais de 1.500 anos por São Bento de Núrsia, considerado o pai do
monaquismo ocidental.
Embora as restrições da Regra possam,
às vezes, parecer ásperas ou mesmo irracionais para os leitores contemporâneos,
elas, na verdade, iluminam princípios espirituais atemporais que podem ser de
imenso valor hoje em dia.
1ESPÍRITO DE SERVIÇO
A Regra enfatiza
repetidamente a importância da obediência e do serviço. “A
obediência é uma bênção a ser demonstrada por todos, não só ao abade, mas
também uns aos outros como irmãos, pois sabemos que é por esta forma de
obediência que nos dirigimos a Deus.”
Este princípio visa claramente levar a
uma imitação de Cristo, que disse de si mesmo que “o Filho do homem não veio
para ser servido, mas para servir.”
De fato, muitos de nós somos obstinados
e invejosos do nosso próprio tempo. A Regra reconhece
este fato da psicologia humana e comenta que “a obediência, no entanto, será
aceitável a Deus e agradável aos homens apenas se o cumprimento do que é
ordenado não for medroso, indolente ou indiferente, mas livre de qualquer
resmungo ou qualquer reação de falta de vontade.”
2MODERAÇÃO NA FALA
A Regra de São Bento é
inequívoca em suas proibições em relação à fala. “Proteja seus lábios de
palavras prejudiciais ou enganosas. Prefira moderação no discurso e não
fale tagarelice tola, nada que provoque risos; não ame o riso exagerado ou
turbulento.”
Isso pode parecer estrito, mas o
objetivo é condenar a vulgaridade e a fofoca. Quanto de nossa fala hoje é
desse tipo? Tudo o que você precisa fazer é ligar a televisão ou percorrer
as redes sociais para ver a resposta por si mesmo.
3DISCIPLINA COM A ORAÇÃO
Inspirada na passagem bíblica “Sete
vezes por dia, eu te louvo por suas justas ordenanças” a Regra detalha
como os monges devem se reunir para a oração comunitária sete vezes por
dia. Trata-se da Liturgia das Horas ou Ofício Divino.
Embora os fiéis leigos não precisam
manter o Ofício Divino, todo cristão deve manter uma disciplina de oração
diária. As orações da manhã e da noite ou um terço diário são devoções
comuns. Não importa qual seja sua rotina de oração pessoal, a consistência
é importante.
4LEVAR UMA VIDA SIMPLES
A Regra de São Bento estipula
que os monges, tendo feito votos de pobreza, devem evitar os bens
pessoais. “Sem uma ordem do abade, ninguém pode presumir dar, receber ou
reter algo como seu, absolutamente nada – nem um livro, tábuas de escrever ou
caneta – em suma, nem um único item.”
Todos os bens deveriam ser mantidos em
comum pela comunidade monástica. Para os leigos que vivem no mundo, essa
pobreza radical não é prática nem prudente. No entanto, todos os cristãos
podem se esforçar para cultivar um santo desapego dos bens materiais, vivendo
simplesmente com menos posses estranhas.
5TEMPERANÇA EM RELAÇÃO À
ALIMENTAÇÃO
A Regra exige que os
monges jejuem em certas épocas do ano e se abstenham regularmente de comer
carne. Mesmo quando não estão em jejum, as refeições dos monges devem ser
frugais, exceto em momentos de trabalho particularmente árduo.
Além disso, a Regra especifica
que “ninguém deve presumir comer ou beber antes ou depois da hora
marcada.” A temperança na comida e na bebida é importante não apenas por
motivos de saúde, mas também como prática espiritual.
Além disso, para os cristãos, o jejum é
uma oportunidade de imitar a Cristo, que jejuou por 40 dias no deserto antes de
iniciar seu ministério público. Nosso corpo é um templo do Espírito Santo
e devemos tratá-lo como tal.
6ZELO POR CRISTO
Um dos últimos capítulos da Regra exorta
os monges a praticarem o “bom zelo”, dizendo: “Que nada prefiram a Cristo, e
que Ele nos reúna todos para a vida eterna”.
Quando centramos nossas vidas em Jesus
Cristo, tudo o mais é fica em Sua perspectiva.
7FORMAÇÃO CONTÍNUA
Acontece que São Bento realmente
pretendia sua Regra para iniciantes! O capítulo final
enfatiza que guardar essas ordenanças são apenas os primeiros passos no caminho
para a perfeição espiritual. Felizmente, a Regra de São
Bento estabelece um programa de aprendizagem ao longo da vida.
Primeiro, estude a Bíblia: “Que página,
que passagem dos livros inspirados do Antigo e do Novo Testamento não é o guia
mais verdadeiro para a vida humana?” Em segundo lugar, leia os Padres da
Igreja e os Doutores da Igreja: “Que livro dos santos Padres católicos não nos
convoca retumbantemente ao longo do verdadeiro caminho para alcançar o
Criador?”
Essa educação continuada tem o objetivo
de nos ajudar em nosso empenho para crescer em virtude, santidade e amizade com
Jesus Cristo.
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