É dever
de todo católico amar a Igreja profundamente.
Ela
é o meio que Deus Pai escolheu para salvar-nos, depois que o pecado entrou em
nossa História. É o corpo Místico do seu Filho, no qual Ele nos reúne como uma
só família de Deus. O Concílio Vaticano II nos ensina que:
A
Igreja é, em Cristo, como que o sacramento ou o sinal e instrumento da íntima
reunião com Deus e da unidade de todo o gênero humano (LG,1). Ela
é o instrumento da Redenção de todos os homens (LG,9), sacramento universal da
salvação (LG, 48), pelo qual Cristo manifesta e atualiza o amor de Deus pelos
homens (LG,45). Ela é o projeto visível do amor de Deus pela humanidade, disse
o Papa Paulo VI. Pela Igreja, ensina o Catecismo, Deus quer transformar o gênero
humano no único povo de Deus, consagrado no único templo do Espírito Santo (CIC
N° 776).
Falando da Igreja disse Santo Ambrósio: Ela é esse navio que navega bem neste mundo ao sopro do Espírito
Santo com as velas da Cruz do Senhor plenamente desfraldadas (CIC,
845). Para mostrar-nos toda a sua importância, o Catecismo da Igreja diz que
ela é: ‘a reação de Deus ao caos provocado pelo pecado’ (CIC,761).
É
o instrumento de Deus para destruir todo pecado e todo o mal e trazer toda a
humanidade para Deus.
A Igreja é a nossa Mãe; é através dela que renascemos
para Deus, através do Batismo; por isso, deve ser conhecida, amada, respeitada,
obedecida e defendida.
Só
ela perdoa os nossos pecados (pelo Sacramento da Confissão). É ela e somente
ela, que nos dá o Corpo e o Sangue do Senhor na Sagrada Eucaristia, para
remédio e sustento de nossas forças. É ela que nos dá a efusão do Espírito
Santo pela Crisma. É ela que transforma em sacramento e benção a nossa união
conjugal; é ela e somente ela, que nos dá os sacerdotes; é ela que, enfim, nos
unge no leito da dor e da morte.
É
ela que nos levará ao céu; e é por ela que viveremos a eternidade em Deus. Ela
é a Noiva do Cordeiro. Quem a rejeita, conscientemente, rejeita a própria
salvação e o próprio Deus que a instituiu, diz o Catecismo: Apoiado na Sagrada
Escritura e na Tradição, [o Concílio] ensina que esta Igreja peregrina é
necessária para a salvação. O único mediador e caminho da salvação é Cristo,
que se torna nos presente no seu Corpo, que é a Igreja.
Ele,
porém, inculcando com palavras expressas a necessidade da fé e do batismo, ao
mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo
batismo, como que por uma porta. Por isso não podem salvar-se aqueles que,
sabendo que a Igreja católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo como
instituição necessária, apesar disso não quiserem entrar nela, ou então
perseverar ( LG 14), (CIC n.846). São João Roberts, uma das vítimas de Henrique
VIII, após este se tornar o Chefe da Igreja na Inglaterra, antes de morrer na
forca, pôde gritar para todos ouvirem, aquela frase que os Santos Padres
repetiam nos primeiros séculos: Fora da Igreja não há salvação ( Um Santo Para
Cada Dia, Ed. Paulinas, SP, 1983, pag 396) Cristo e a Igreja são uma só
realidade. São Paulo diz: Cristo é a Cabeça do Corpo que é a Igreja (Cl 1,18).:
Vós sois o Corpo de Cristo e cada um, de sua parte é um dos seus membros (1Cor
12,27). Santo Agostinho a chamava de Cristo total (Christus totus).
E
dizia: Alegremo-nos, portanto, e demos graças por nos termos tornado não
somente cristãos, mas o próprio Cristo… Admirai e rejubilai, nós nos tornamos
Cristo (CIC, n° 795). A Igreja é o lugar em que a humanidade deve reencontrar a
sua unidade e a sua salvação, ensina o Catecismo. Por isso tudo, declarou certa
vez o Papa Paulo VI: Quem não ama a Igreja, não ama Jesus Cristo.
E
amá-la implica em conhecê-la, respeitá-la, obedecê-la, serví-la, e dar a vida
por ela. Santa Joana D’Arc disse a seus juízes: Quanto a Jesus e à Igreja,
parece-me que são uma só coisa, e que não há questionamento sobre isso. São
Bernardo, o Doutor melífluo, mostra todo o seu amor à Igreja nessas palavras
memoráveis: Permaneceremos na fé e combateremos até à morte, se for necessário,
pela Igreja, nossa Mãe, com as armas que nos são permitidas: não com escudos e
espadas, mas com as orações e as lágrimas a Deus (Epist. 221, 3; Migne, P.L.;
CLXXXII, 36,387). Todos os santos e santas amaram a Igreja com um amor imenso,
dedicando a ela toda a sua vida.
Santa Tereza de Ávila, no seu Caminho de Perfeição,
diz: Procurai a limpeza de consciência e humildade, desprezo de todas as
coisas do mundo e fé inabalável no que ensina a santa Madre Igreja ( Ed.
Paulinas, 2. ed., pag 129,1979, SP ). A Igreja é a Esposa de Cristo, e por ela,
Ele derramou o seu Sangue (Ef 5,26). Os Santos Padres gostavam de compará-la à
Arca de Noé, a única que salva do dilúvio (1Pe 3,20-21). Nela vive o Senhor.
Ela é a nossa garantia de paz, verdade e salvação. Infelizmente essa boa Mãe é
tantas vezes mau amada por muitos dos seus filhos. Muitos não a conhecem, e por
isso não a amam. A desprezam, a criticam, a ofendem, sem perceber que estão
ofendendo e magoando o próprio Jesus.
A Igreja é divina e humana, por isso é santa, embora formada por
pecadores; mas invencível e infalível quando ensina a fé e a moral, pois
tem a assistência do próprio Senhor que nela vive continuamente. Eis que
estarei convosco todos os dias… Não nos desesperemos e nem desanimemos com os
erros e com os pecados dos seus membros; por mais que eles sejam abundantes não
conseguirão afundar a barca de Pedro, que recebeu do Senhor a garantia de que
as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela. A parte humana, que somos
nós, sempre será falha, mas a sua alma, o Espírito Santo, jamais permitirá que
ela erre o seu caminho.
Jesus
lhe prometeu, antes de sofrer a Paixão: ‘Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos,
mas não a podeis suportar agora. Mas quando vier o Paráclito, o Espírito da
verdade, ensinar-vos-á toda a verdade…'(Jo16,12).
Pode
haver garantia maior do que essa ? Se o Espírito Santo foi prometido e dado por
Jesus para guiar a Sua Igreja, como, então, ela poderia errar o caminho da
Salvação? Antes de pensar que a Igreja poderia ter errado o caminho da fé,
seria preciso aceitar que as promessas que Ele fêz à Igreja não se cumpriram,
ou que Ele mentiu para os seus apóstolos na última Ceia. Mas isto jamais! Jesus
não pode errar porque é Deus. Desde Pedro a Igreja já teve 265 Papas, enfrentou
até aqui 2000 anos de perseguições, heresias e outros tantos perigos que
somente uma instituição divina poderia resistir. Esta é a maior prova. Se nem
os pecados dos seus filhos: leigos, padres, bispos e papas, a destruiram, é
porque de fato, ela é divina. Certa vez um jornalista perguntou a um cardeal da
Tchecoslováquia, Frantisek Tomasek, em 1985, nos tempos difíceis da perseguição
comunista naquele país: ‘Eminência, não está cansado de combater sem êxito?’ E
o Cardeal respondeu: ‘Digo sempre uma coisa: quem trabalha pelo Reino de Deus
faz muito; quem reza, faz mais ainda; quem sofre faz tudo.
Este
tudo é exatamente o pouco que se faz entre nós na Tchecoslováquia'(Revista
Pergunte e Responderemos, n°284, jan 86). Como disse Pascal, através da Igreja,
Cristo continua a sua paixão. Outro exemplo maravilhoso de amor à Igreja, dado
em nossos tempos, foi o de Monsenhor Ignatius Ong Pin-Mei, Bispo de Shangai, no
dia seguinte de sua libertação, depois de passar trinta longos anos nos
cárceres da China comunista, por amor a Cristo e à Igreja Católica.
Assim
se expressou: ‘Eu fiquei fiel à Igreja Católica Romana.
Trinta
anos de prisão não me mudaram. Eu guardei a fé. Eu estou pronto amanhã a voltar
novamente à prisão para defender minha fé'(PR). Que estas palavras sirvam de
estímulo para aqueles católicos de pouca convicção, que por qualquer erro dos
homens da Igreja, já querem abandoná-la ou desprezá-la.
Que
sirvam também àqueles que, conhecendo o ensinamento da Igreja sobre os assuntos
da fé e da moral, no entanto, preferem ‘seguir a própria consciência’, ao invés
de seguir aquilo que ensina a Igreja, com a assistência do Espírito Santo. Ele mesmo
é a ‘Memória viva da Igreja’.
Comentários