A educação é dever, sobretudo, da família, que é uma escola do mais rico humanismo. A família, de fato, é o melhor ambiente para cumprir a obrigação de garantir uma gradual educação da vida sexual. Ela tem uma carga afetiva capaz de fazer aceitar, sem traumas, mesmo as realidades mais delicadas, e integrá-las harmonicamente numa personalidade equilibrada e rica.
O afeto e a confiança recíproca que se vive na família são necessários ao desenvolvimento harmônico e equilibrado da criança desde o seu nascimento. Para que os laços afetivos naturais que unem os pais aos filhos sejam positivos no grau máximo, os pais, sob a base de um sereno equilíbrio sexual, instaurem uma relação de confiança e diálogo com os filhos, adequada à idade e desenvolvimento deles.
Para poder dar aos filhos orientações eficazes necessárias para resolver os problemas do momento, antes mesmo dos conhecimentos teóricos, os adultos sejam exemplo com o seu comportamento. Os pais cristãos devem ser conscientes de que o seu exemplo representa a contribuição mais válida na educação dos filhos. Estes, por sua vez, poderão alcançar a certeza de que o ideal cristão é uma realidade vivida no seio da própria família.
A abertura e a colaboração dos pais com os outros educadores corresponsáveis pela formação influirão positivamente no amadurecimento do jovem. A preparação teórica e a experiência dos pais ajudarão os filhos a compreenderem o valor e a função própria das realidades de homem e mulher.
A plena realização da vida conjugal e, consequentemente, a estabilidade e santidade da família, dependem da formação da consciência e dos valores assimilados durante o processo formativo dos próprios genitores.
Os valores morais vividos na família são mais facilmente transmitidos aos filhos e entre estes valores morais têm grande relevo o respeito pela vida no seio materno e, em geral, o respeito da pessoa humana, de qualquer estado e condição. Os jovens devem ser ajudados a fim de conhecerem, apreciarem e respeitarem esses valores fundamentais da existência.
O Conselho Pontifício para a Família exorta por isso os pais a que, conscientes de serem sustentados pelo dom de Deus, tenham confiança nos seus direitos e deveres acerca da educação dos seus filhos, a qual se deve realizar com sabedoria e conhecimento. Neste nobre empenho, possam os pais colocar sempre a sua confiança em Deus através da oração ao Espírito Santo, o doce Paráclito, dispensador de todos os bens. Peçam a poderosa intercessão e a proteção de Maria Imaculada, Virgem Mãe do amor formoso e modelo da pureza fiel. Invoquem também São José, seu esposo justo e casto, seguindo o seu exemplo de fidelidade e de pureza de coração. Possam os pais contar constantemente com o amor que oferecem aos seus filhos, um amor que ultrapassa todo o medo, que tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1 Cor 13, 7). Tal amor é e deve ser dirigido à eternidade, à felicidade eterna prometida por nosso Senhor Jesus Cristo àqueles que o seguem: Felizes os puros de coração, porque verão a Deus (Mt 5, 8).
Artigo extraído dos documentos: Orientações educativas sobre o amor humano de 1º novembro de 1983 e Orientações educativas em família sobre sexualidade humana.
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