Neste dia 13 de agosto é celebrada pela primeira
vez após a festa de Santa Dulce dos Pobres, a religiosa baiana que dedicou sua vida ao serviço
aos pobres e doentes e que foi canonizada no dia 13 de outubro de 2019 pelo
Papa Francisco, no Vaticano.
O 13 de agosto foi escolhido como o dia oficial da festa litúrgica da religiosa conhecida como Anjo Bom do Brasil porque foi nesta mesma data, em 1933, na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em Sergipe, que Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, aos 19 anos de idade, recebeu o hábito de freira e adotou, em homenagem à sua mãe, o nome de Irmã Dulce.
Segunda
filha do dentista Augusto Lopes Pontes e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes
Pontes, a pequena Maria Rita nasceu em 26 de maio de 1914, na capital baiana.
Perdeu sua mãe aos sete anos de idade.
Desde
cedo, começou a manifestar seu interesse pela vida religiosa. Aos 13 anos,
passou a acolher mendigos e doentes em sua casa, transformando a residência da
família em um centro de atendimento. A casa ficou conhecida como ‘A Portaria de
São Francisco’, devido ao grande número de carentes que se aglomeravam à sua
porta. Nessa época, expressou pela primeira vez o desejo de se dedicar à vida
religiosa.
Entrou
para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de
Deus, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe, em fevereiro 1933, tendo recebido
o hábito agosto do mesmo ano, quando passou a ser chamada Irmã Dulce.
Sempre
com muita fé, amor e serviço, o Anjo Bom iniciou na década de 1930 um trabalho
assistencial nas comunidades carentes, sobretudo nos Alagados, conjunto de
palafitas que se consolidara na parte interna do bairro de Itapagipe, na
capital baiana.
Em 1939,
Irmã Dulce invadiu cinco casas na Ilha dos Ratos, para abrigar os doentes que
recolhia nas ruas de Salvador. Expulsa do lugar, peregrinou durante uma década,
levando os seus doentes por vários locais da cidade. Até que em 1949, ocupou um
galinheiro ao lado do convento, após a autorização da sua superiora, com os
primeiros 70 doentes.
Esta
iniciativa deu início à criação das Obras Sociais Irmã Dulce, instituição
considerada hoje um dos maiores complexos de saúde pública do país, com cerca
de quatro milhões de atendimentos ambulatoriais por ano.
“Quando
nenhum hospital quiser aceitar algum paciente, nós aceitaremos. Esta é a última
porta e por isso eu não posso fechá-la”, disse Irmã Dulce.
Em 1988,
foi indicada pelo então presidente da República, José Sarney, com o apoio da
Rainha Sílvia, da Suécia, para o Prêmio Nobel da Paz.
A
religiosa também teve dois grandes momentos de sua vida ao lado de São João
Paulo II. Em 7 de julho de 1980, encontrou-se com o então Papa que visitava
pela primeira vez o Brasil. Na ocasião, ouviu dele o incentivo para prosseguir
com a sua obra.
Os dois
voltaram a se encontrar em 20 de outubro de 1991, na segunda visita do Sumo
Pontífice ao Brasil. João Paulo II fez questão de quebrar o rigor da sua agenda
e foi ao Convento Santo Antônio visitar a religiosa baiana, cuja saúde já se
encontrava bastante debilitada em função de problemas respiratórios.
Cinco
meses depois, no dia 13 de março de 1992, o Anjo Bom do Brasil faleceu, aos 77
anos.
Em
janeiro de 2000, teve início o processo de canonização de Irmã Dulce. Em 2010,
a Congregação para a Causa dos Santos reconheceu a autenticidade de um milagre
atribuído à religiosa, que levou à sua beatificação em 22 de maio de 2011.
Trata-se do caso de Claudia Cristina dos Santos, ocorrido em Itabaiana, em
Sergipe.
Após dar
à luz seu filho, Gabriel, a mulher sofreu uma forte hemorragia, durante 18
horas, tendo sido submetida a três cirurgias. Diante da gravidade do quadro, os
familiares chamaram Padre José Almí para ministrar a unção dos enfermos. O
sacerdote decidiu fazer uma corrente de oração pedindo a intercessão de Irmã
Dulce e deu a Cláudia uma pequena relíquia da Bem-Aventurada. A hemorragia
cessou subitamente.
E, em 13
de outubro de 2019, a religiosa foi canonizada pelo Papa Francisco, no
Vaticano, após o reconhecimento da cura milagrosa de um homem após 14 anos
cego.
O maestro José Maurício Bragança Moreira ficou cego durante 14 anos por conta de um glaucoma. Em 2014, voltou a enxergar, após rezar pedindo à intercessão de Ir. Dulce dos Pobres.
Santa Dulce dos Pobres, rogai por nós!
Fonte: acidigital.com
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