Deparo-me com o seguinte questionamento e mergulho dentro de mim na busca da resposta: “o que é a prática do amor a Jesus Cristo?”. Encaro a pergunta e extasio-me: como responder? Como responder algo que não vivo? Como descrever tamanho ato que me falta em minha vida?
Por dentro vou ficando com o coração esmagado por sentir-me tão amada pelo Cristo que apaixonadamente perdoou-me na Cruz, incansavelmente se doa num pedaço de pão na Santa Eucaristia e que nunca desiste de me mostrar o quanto é simples amá-Lo. E a simplicidade consiste em apenas viver o Evangelho, ser amigo de Cristo amando-O no irmão: visitando um enfermo, ouvindo o irmão, sendo obediente, desapegado de tudo e corajoso em pedir ajuda, mostrar as minhas misérias e o quanto sou necessitado de aprender.
Isso custa muito para mim, porém muito pouco diante da liberdade que terei na prática do amor! E esse custo é minha vida, minhas vontades, meu orgulho, minha preguiça, meu comodismo, minha inércia. Custa a minha conversão! A mudança radical de atitudes no meu hoje: só esse tempo que tenho!
Pergunto: vale a pena? Sim, vale a vida! Vale o sentido do viver, a intensidade do meu ser e a sede de minh’alma. Vale a descoberta do meu lugar no coração de Deus.
Talvez a resposta da pergunta do início esteja no belo livro (e muito edificante) de Santo Afonso Maria de Ligório: “A prática do amor a Jesus Cristo”, mas atrevo-me a dizer que tudo o que lá ele perfeitamente escreveu para formar santos foi porque com excelência ele com sua vida e até as últimas conseqüências teve coragem de AMAR. AMAR: essa é a resposta; o AMOR é o caminho para praticá-lo, para tornar um com Cristo.
Oremos com Santo Afonso:
“Ó bom e amável Coração de Jesus, como é infeliz o coração que não vos ama! Morrestes na cruz por amor dos homens, sem nenhum alívio. Como podem os homens viver sem pensar em vós? Ó amor de Deus! Ó ingratidão humana! Ó homens, olhai o Cordeiro de Deus inocente, que agoniza e morre na cruz por vós, para aplacar a justiça divina pelos vossos pecados e assim vos atrair a seu amor. Vede como Ele pede a seu Pai Celeste para que vos perdoe. Vede e amai-o!
Meu Jesus, são tão poucos os que vos amar! Infeliz de mim, passei tantos anos sem pensar em vós e vos ofendi tantas vezes.
Meu amado Redentor, fazei-me chorar não tanto pelos castigos que mereci, mas pelo amor que me tendes. Dores, humilhações, chagas e morte de Jesus, amor de Jesus, fixai-vos em meu coração. Viva sempre em mim a vossa lembrança, fira-me continuamente e me abrase de amor! Amo-vos, meu Jesus, meu sumo bem. Amo-vos, meu amor, meu tudo! Amo-vos e quero vos amar sempre. Não permitais que vos abandone e vos perca jamais. Fazei que eu seja todo vosso; fazei-o pelos merecimentos de vossa morte na qual tenho firme confiança.
Maria, eu confio muito em vossa intercessão. Minha Rainha, fazei que eu ame a Jesus Cristo e também a vós, minha mãe e minha esperança! Amém.”
Karla Maria Tavares
Discípula da Comunidade Encontro
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