Algumas pessoas costumam resumir a resposta para essas
perguntas apenas com palavras como: dois pedaços de madeiras, peso, dor,
sofrimento, vergonha, morte…
“ A linguagem da Cruz é loucura para os que se perdem, mas
para os que foram salvos, para nós, é uma força divina.” ( I Cor 1,18)
Pela cruz é que fomos salvos, e devemos amar profundamente a
maneira pelo qual fomos salvos… e amar mais ainda Quem nos salvou! A Cruz
apenas é 'loucura’ para aqueles que não entendem também Aquele que a amou de
maneira perfeita, e que livremente quis se unir a ela para trilhar a vontade do
Pai.
Jesus aceitou se entregar na Cruz porque já aceitava ela no
seu dia a dia, durante toda a sua vida. Ele A preferiu sempre!
A vida de Jesus não foi um “mar de rosas”. Ele tinha que
conviver com muitas dores humanas e espirituais. Principalmente quando começou
a ter sua vida pública, quantas dores e dificuldades eram levadas até ele.
Pessoas doentes a tantos anos, outras que não enxergavam,
outras que nunca haviam andado, endemoniados e possuídos. A mulher que foi
lançada a seus pés que carregava em si a dor interior da prostituição. A dor de
Maria e Marta que viram seu irmão Lázaro morrer. A dor de ter que deixar seus
familiares para anunciar o reino dos céus. A dor de não ser ouvido, a dor de
não ser compreendido, a dor de ser excluído, a dor da traição, a dor da
negação...a dor da morte de si mesmo para que a vontade de Deus Pai prevalecesse.
Jesus nunca rejeitou a dor, ele sempre a amou. Jesus nunca disse não ao
sofrimento dele e nem ao dos outros. Ele entendeu que precisava se unir a dor,
ser amigo da dor, para ser gente, para ser humano, para ter compaixão e
misericórdia, para ser amigo predileto de Deus. Nos ensinou que não é
alimentando a carne que se chega a perfeição do amor a Deus, mas sim,
alimentando o espírito e mortificando a carne.
Parece realmente uma loucura, mas para um Cristão de verdade
a Cruz é indispensável. A dor é indispensável. As lutas e combates são
indispensáveis.
“ Sem dor não há glória!”
Cristo nos ensinou com sua vida que a cruz onde Ele teve sua
carne crucificada é a Cruz onde eu preciso deixar morrer minha carne todos os
dias. Ele entendia o sofrimento humano, ele passou pelo sofrimento humano e ele
morreu pelo sofrimento humano.
Nós precisamos também viver isso. Sem Cruz não há céu. Sem
morte não há ressurreição. A morte de nós mesmos não é o fim, é uma condicional
para a vida da nossa alma. Sem morte não há ressurreição! Sermos amigos da
cruz!
A cruz também é chamada de ÁRVORE DA VIDA. Sim, pois por ela
recebemos novamente a vida, pelo sangue que foi derramado nela por cada um de
nós. Viver ela a cada dia de nossas vidas é também desejar e deixar que viva
mais nossa alma. Se prefiro a minha carne, desejo a morte da minha vida! “
Porque aquele que quiser salvar a sua vida, irá perdê-la; mas aquele que tiver
sacrificado sua vida por minha causa, irá recobrá-la.” ( Mt 16,25).
Nós precisamos amar a Cruz!
Amar os sofrimentos, amar os combates, amar profundamente
aqueles que me procurarem por causa de Cristo, amar os irmãos de comunidade com
todas as suas qualidades e lutas, amar a dor, compreender, lutar por
compreender. Ter compaixão. Amar, amar e amar. O que Cristo fez na Cruz foi
isso: amou, amou e amou.
Somos chamados mesmo a sermos o contrário de tudo o que o
mundo prega! Não ligue, força valente guerreiro, força! “ Se morremos com
Cristo, cremos que viveremos também com Ele” ( Rom 6,8)
Segamos os passos de Cristo. Passos que passaram também pela Cruz! Exaltemos todos juntos a maneira pela qual fomos salvos! Exaltemos o madeiro que nos dá vida, salvação e alegria!
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