Deus não quer o nosso sofrimento, mas Ele nos faz frutificar a partir destes.
Quando eu era criança, lembro-me de ter visto meu pai fazer vários cortes no tronco de uma árvore e dela escorrer um líquido. Durante toda a noite esse líquido gotejou a ponto de deixar a terra, em volta dela, molhada. Eu não entendi nada naquele momento, achei que ele a estava machucando.
Perguntei-lhe o porquê de tudo aquilo e ele me disse: Espera que vou mostrar para você. Naquele ano, a árvore deu muitos frutos, então, ele levou-me até ela, mostrou-me o tronco e disse: Está vendo quantos frutos? Foi por isso que eu cortei a árvore. Se eu não tivesse machucado o tronco dela, ela não teria dado todos estes frutos.
Da mesma forma, nós também não entendemos muitos acontecimentos em nossas vidas que nos ferem. Por essa razão caímos na tristeza, murmuramos, ficamos magoados, e muitas vezes, revoltados. No entanto, se olharmos por esse prisma, constataremos o quanto amadurecemos com os sofrimentos. São incalculáveis os frutos que surgem depois da tribulação.
Feliz de você que chora, como “chorava” aquela árvore, pelos problemas e dificuldades que enfrenta. Deus não se alegra com o nosso sofrimento, mas sim, com a consequência dele na nossa vida. O Senhor sabe, que a dor faz em nós aquilo que meu pai fez com o tronco daquela árvore. Ele está ao nosso lado em todos os momentos. O Senhor vê além e se alegra porque tem certeza dos frutos. É por esta razão que o próprio Jesus nos alerta e consola:
“Eu vos disse isso para que em mim tenhais a paz. Neste mundo experimentareis a aflição, mas tende confiança, Eu venci o mundo!” (Jo 16, 33).
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib
Fonte: Canção Nova
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