Igreja se prepara para a canonização da Beata Teresa de Calcutá, que viveu na Índia dedicando sua vida aos mais pobres dos pobres
No próximo dia 4 de setembro, a Igreja vai canonizar uma das santas contemporâneas mais populares: Madre Teresa de Calcutá. A Missa de canonização da religiosa será neste domingo, 4, presidida pelo Papa Francisco, no Vaticano.
Ela foi beatificada pelo Papa João Paulo II no dia 19 de outubro de 2003, Dia Mundial das Missões. Na ocasião, o Pontífice a chamou de “Ícone do Bom Samaritano”, por ir a toda a parte para servir Cristo nos mais pobres entre os pobres. “Nem conflitos nem guerras conseguiam ser um impedimento para ela”, disse o Papa João Paulo II.
“Com o testemunho da sua vida, Madre Teresa recorda a todos que a missão evangelizadora da Igreja passa através da caridade, alimentada na oração e na escuta da palavra de Deus. É emblemática deste estilo missionário a imagem que mostra a nova Beata que, com uma mão, segura uma criança e, com a outra, desfia o Rosário”, ressaltou João Paulo II.
O então Papa, agora santo também, lembrou as vezes em que ela lhe contava suas experiências ao serviço dos valores evangélicos, bem como suas intervenções a favor da vida e contra o aborto, também quando lhe foi conferido o Prêmio Nobel da Paz, em 1979.
Para João Paulo II, a vida de Madre Teresa recorda a todos que a missão evangelizadora da Igreja passa através da caridade, alimentada na oração e na escuta da palavra de Deus. “Contemplação e ação, evangelização e promoção humana: Madre Teresa proclama o Evangelho com a sua vida inteiramente doada aos pobres mas, ao mesmo tempo, envolvida pela oração”, disse João Paulo II na homilia de beatificação.
A vida de Madre Teresa
Ela nasceu em Skopje, na Albânia, no dia 27 de agosto de 1910. Foi batizada no mês seguinte com o nome de Agnes Gonxha Bojaxhiu.
No dia 29 de setembro de 1928, ingressou na Casa Mãe das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, situada na Irlanda. Mas após uma experiência com um pobre que lhe disse “tenho sede”, entendeu que deveria dedicar toda sua vida aos pobres dos pobres. Então saiu de sua antiga congregação para dar início ao trabalho missionário nas ruas de Calcutá.
Começou por reunir um grupo de cinco crianças, num bairro pobre, aos quais ensinava numa escola improvisada. Pouco a pouco, o grupo foi crescendo. Dez dias depois, eram cerca de cinquenta crianças. Nascia então a Congregação dos Missionários e Missionárias da Caridade, reconhecida pela Igreja no dia 7 de outubro de 1950.
No ano de 1979, o Papa João Paulo II a recebeu em audiência privada e a tornou sua melhor “embaixadora” em todas as nações, fóruns e assembleias de todo o mundo.
Madre Teresa morreu dia 5 de setembro de 1997. Sua despedida atraiu e comoveu milhares de pessoas de todo o mundo durante vários dias.
Para o sacerdote dehoniano, padre João Carlos Almeida, autor do livro “O Milagre de Teresa”, a religiosa é, sem dúvida, uma santa de primeira grandeza. “Ela está nesse nível pela sua experiência mística, pela sua experiência radical de santidade. Ela é lúcida; você não precisa muito estudo para entender que ela é santa, ela não tem muita teoria de santidade. Ela tem a santidade em estado puro: você bate o olho e vê”, disse.
O padre conta como percebeu a grandeza da religiosa: “Madre Teresa morreu em 5 de setembro de 1997, em agosto do mesmo ano morreu a princesa Daiana. Eu fiz um teste: coloque no computador as fotos das duas, uma ao lado da outra. Madre Teresa não era uma mulher bonita; Lady Daiana era uma mulher deslumbrante. Depois eu aproximei do olhar de Madre Teresa (pois os olhos são o espelho da alma) e do olhar de Lady Daiana. Então você vê os espelhos da alma: um rosto bonito mas um olhar triste; um rosto todo enrugado, mas um olhar vivo. Essa é Madre Teresa de Calcutá: uma santa de primeira grandeza”.
Fonte: Canção Nova
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