A revista “Jesus” das Edições Paulinas de Roma, publicou uma matéria do
escritor Antonio Gentili, em abril de 1983, pp. 64-67, onde apresenta uma
resenha de milagres eucarísticos. Há tempos, foi traçado um “Mapa Eucarístico”,
que registra o local e a data de mais de 130 milagres, metade dos quais
ocorridos na Itália. São muitíssimos os milagres eucarísticos no mundo todo.
Por exemplo, Marthe Robin, uma francesa, milagre eucarístico vivo, alimentou-se
durante mais de quarenta anos só de Eucaristia. Teresa Newmann, na Alemanha,
durante mais de 36 anos alimentou-se só de Eucaristia.
1 – Lanciano – Itália – no ano 700
Em
Lanciano – séc. VIII. Um monge da ordem de São Basílio estava celebrando na
Igreja dos santos Degonciano e Domiciano. Terminada a Consagração, que ele
realizara, a hóstia transformou-se em carne e o vinho em sangue depositado
dentro do cálice. O exame das relíquias, segundo critérios rigorosamente
científicos,, foi efetuado em 1970-71 e outra vez em 1981 pelo Professor
Odoardo Linoli, catedrático de Anatomia e Histologia Patológica e Química e
Microscopia Clínica, Coadjuvado pelo Professor Ruggero Bertelli, da
Universidade de Siena. Resultados:
1) A hóstia é realmente constituída por fibras
musculares estriadas, pertencentes ao miocárdio.
2) Quanto ao sangue, trata-se de genuíno sangue
humano. Mais: o grupo sangüíneo ‘A’ que pertencem os vestígios
de sangue, o sangue contido na carne e o sangue do cálice revelam tratar-se
sempre do mesmo sangue grupo ‘AB’ (sangue comum aos Judeus).
Este é também o grupo que o professor Pierluigi Baima Bollone, da universidade
de Turim, identificou no Santo Sudário.
3) Apesar da sua antigüidade, a carne e o sangue se
apresentam com uma estrutura de base intacta e sem sinais de alterações
substanciais; este fenômeno se dá sem que tenham sido utilizadas substâncias ou
outros fatores aptos a conservar a matéria humana, mas, ao contrário, apesar da
ação dos mais variados agentes físicos, atmosféricos, ambientais e biológicos.
2 – Orvieto – Bolsena – Itália –
1263 Inicio da Festa de Corpus Christi
A Festa de “Corpus Christi” é a celebração em que
solenemente a Igreja comemora o Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o
único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas.
Nesta festa os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom da
Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de
nossa alma. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Nela está
contido todo o tesouro espiritual da Igreja, o próprio Cristo.
A Festa de Corpus
Christi surgiu no séc. XIII, na diocese de Liège, na Bélgica, por
iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon, (†1258) que recebia visões nas
quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra da Sagrada
Eucaristia.
Aconteceu que quando o padre Pedro de Praga, da
Boêmia, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália,
ocorreu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de
sangue sobre o corporal após a consagração. Dizem que isto ocorreu porque
o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia.
O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto,
cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, ordenou ao Bispo
Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto,
pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.
Em 11/08/1264 o Papa aprovou a Bula “Transiturus de mundo”, onde prescreveu que na 5ª feira após a oitava de
Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor.
São Tomás de Aquino foi encarregado pelo Papa para compor o Ofício da
celebração. O Papa era um arcediago de Liège e havia conhecido a Beata Cornilon
e havia percebido a luz sobrenatural que a iluminava e a
sinceridade de seus apelos.
Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de
Orvieto, em pedras pretas e brancas, chamada de “Lírio das
Catedrais”. Antes disso, em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística
pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa
litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e depois, então, em todo o mundo no séc.
XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa
da Eucaristia um dever canônico mundial.
Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição
Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas. A
partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos
os anos na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade.
Todo católico deve participar dessa Procissão por ser
a mais importante de todas que acontecem durante o ano, pois é a única onde o
próprio Senhor sai às ruas para abençoar as pessoas, as famílias e a cidade. Em
muitos lugares criou-se o belo costume de enfeitar as casas com oratórios e
flores e as ruas com tapetes ornamentados, tudo em honra do Senhor que vem
visitar o seu povo.
Começaram assim as grandes procissões eucarísticas, as
adorações solenes, a Bênção com o Santíssimo no ostensório por
entre cânticos. Surgiram também os Congressos Eucarísticos, as Quarenta
Horas de Adoração e inúmeras outras homenagens a Jesus na Eucaristia. Muitos se
converteram e todo o mundo católico.
3 – Ferrara – 28/03/1171
Aconteceu este milagre na Basílica de Santa Maria in Vado, no século XII.
Propagava-se com perigo a heresia de Berengário de Tours (†1088), que negava a
Presença real de Cristo na Eucaristia. Aos 28 de março de 1171, o Pe. Pedro de
Verona, com três sacerdotes celebravam a Missa de Páscoa; no momento de partir
o pão consagrado, a Hóstia se transformou em carne, da qual saiu um fluxo de
sangue que atingiu a parte superior do altar, cujas marcas são visíveis ainda
hoje. Há documentos que
narram o fato: um “Breve’ do Cardeal Migliatori (1404). – Bula de Eugênio IV
(1442), cujo original foi encontrado em Roma em 1975. Mas, a descoberta mais
importante deu-se em Londres, em 1981, foi encontrado um documento de 1197
narrando o fato.
4 – Offida – Itália – 1273
Ricciarella Stasio – devota imprudente, realizava práticas supersticiosas com a
Eucaristia; em uma dessas profanações, a Hóstia se transformou em carne e
sangue. Foram entregues ao pe. Giacomo Diattollevi, e são conservadas até hoje.
Há muitos testemunhos históricos sobre este fato.
5 – Sena – Cáscia - Itália – 1330
Hoje
este milagre é celebrado em Cássia, terra de Santa Rita de Cássia. Em 1330, um
sacerdote foi levar o viático a um enfermo e colocou indevidamente, de maneira
apressada e irreverente, uma Hóstia dentro do seu Breviário para levá-la
ao doente grave. No momento da Comunhão, abriu o livro e viu que a Hóstia
se liquefez e, quase reduzida a sangue, molhou as páginas do
Livro. Então o sacerdote
negligente apressou-se a entregar o livro e a Hóstia a um frade agostiniano de
Sena, o qual levou para Perúgia a pagina manchada de sangue e para Cáscia a
outra página onde a Hóstia ficou presa. A primeira página perdeu-se em 1866 mas
a relíquia chamada de “Corpus Domini” é atualmente venerada na basílica de
Santa Rita.
6 – Turim – Itália – 1453
Na Alta Itália ocorria uma uma guerra furiosa pelo ducado de Milão. Os
Piemonteses saquearam a cidade; ao chegarem a Igreja, forçaram o Tabernáculo.
Tiraram o ostensório de prata, no qual se guardava o corpo de Cristo
ocultando-no dentro de uma carruagem juntamente com os outros objetos roubados,
e dirigiram-se para Turim. Crônicas antigas relatam que, na altura da Igreja de
São Silvestre, o cavalo parou bruscamente a carruagem – o que ocasionou a
queda, por terra, do ostensório – o ostensório se levantou nos ares “com grande
esplendor e com raios que pareciam os do sol”. Os espectadores chamaram o Bispo
da cidade, Ludovico Romagnano, que foi prontamente ao local do prodígio. Quando
chegou, “O ostensório caiu por terra, ficando o corpo de Cristo nos ares a
emitir raios refulgentes”. O Bispo, diante dos fatos, pediu que lhe levassem um
cálice. Dentro do cálice, desceu a hóstia, que foi levada para a catedral com
grande solenidade. Era o dia 9 de junho de 1453. Existem testemunhos
contemporâneos do acontecimento (Atti
Capitolari de 1454 a 1456). A
Igreja de “Corpus Domini” (1609), que até hoje atesta o prodígio.
7 – Sena – Itália – 1730
Na Basília de São Francisco, em Sena, pátria de Santa Catarina de Sena, durante
a noite de 14 para 15 de março de 1730, foram jogadas no chão 223 hóstias
consagradas, por ladrões que roubaram o cibório de prata onde elas estavam.
Dois dias depois, as Hóstias foram achadas em caixa de esmolas misturas com
dinheiro. Elas foram limpadas e guardadas na Basílica de São Francisco; ninguém
as consumiu; e logo o milagre aconteceu visto que com o passar do tempo as
Hóstias não se estragaram, o que é um grande milagre. A partir de 1914
foram feitos exames químicos que comprovaram pão em perfeito estado de
conservação.
8 – Milagre Eucarístico de Santarém – Portugal
(1247)
Aconteceu no dia 16 de fevereiro de 1247, em Santarém,
65 km ao norte de Lisboa. O milagre se deu com uma dona de casa, Euvira, casada
com Pero Moniz, a qual sofrendo com a infidelidade do marido, decidiu consultar
uma bruxa judia que morava perto da igreja da Graça. Esta bruxa prometeu-lhe
resolver o problema se como pagamento recebesse uma Hóstia Consagrada. Para
obter a Hóstia, a mulher fingiu-se de doente e enganou o padre da igreja de S.
Estevão, que lhe deu a sagrada Comunhão num dia de semana. Assim que ela
recebeu a Hóstia, sem o padre notar, colocou-a nas dobras do seu véu. De
imediato a Hóstia começou a sangrar. Assustada, a mulher correu para casa
na Rua das Esteiras, perto da Igreja e escondeu o véu e a Hóstia numa
arca de cedro onde guardava os linhos lavados. À noite o casal foi acordado com
uma visão espetacular de Anjos em adoração à sagrada Hóstia sangrando. Varias
investigações eclesiásticas foram feitas durante 750 anos. As realizadas em
1340 e 1612 provaram a sua autenticidade. Em 5 de abril de 1997, por decreto de
D. Antonio Francisco Marques, Bispo de Santarém, a Igreja de S. Estevão, onde
está a relíquia, foi elevada a Santuário Eucarístico do Santíssimo Sangue.
9 – Faverney, na França, em 1600
O Milagre Eucarístico que aconteceu em Faverney, na
França consistiu numa notável demonstração sobrenatural de superação da lei da
gravidade. Faverney está localizado a 20 quilômetros de Vesoul, distante 68,7
quilômetros de Besançon.Um dos
noviços chamado Hudelot, notou que o Ostensório que se encontrava junto
Santíssimo Sacramento sobre o Altar, elevou-se e ficou suspenso no ar e que as
chamas se inclinavam e não tocavam nele. Os Frades Capuchinhos de Vesoul também
apressaram-se para observar e testemunhar o fenômeno. Embora os monges com a
ajuda do povo, conseguiram apagar o incêndio que queria consumir toda a Igreja,
o Milagre não cessou, o Ostensório com JESUS Sacramentado continuou flutuando
no espaço.
10 - Em Stich, Alemanha, 1970
Na região Bávara da Alemanha, junto à fronteira suíça,
em 9 de junho de 1970, enquanto um padre visitante da Suíça estava celebrando
uma Missa numa capela, uma série incomum de eventos aconteceu. Depois da
Consagração, o celebrante notou que uma pequena mancha avermelhada começou a
aparecer no corporal, no lugar onde o cálice tinha estado descansando.
Desejando saber se o cálice tinha começado a vazar, o padre correu a mão dele
debaixo do cálice, mas achou-o completamente seco. A esta altura, a mancha
crescera, atingindo o tamanho de uma moeda de dez centavos. Depois de completar
a Missa, o padre inspecionou todo o altar, mas não conseguiu encontrar qualquer
coisa que pudesse ser remotamente a fonte da mancha avermelhada. Ele trancou o
corporal que apresentava a mancha num local seguro, até que pudesse discutir o
assunto com o pároco.
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