Pular para o conteúdo principal

Vencer!

   Vencer! É o que se espera diante de eventos esportivos nacionais e internacionais, especialmente a Copa do Mundo, os Jogos Pan-americanos e as Olimpíadas. A grande maioria dos brasileiros deixa de lado rixas e provocações de torcedores de times nacionais para ser os torcedores dos atletas brasileiros. Esta é a palavra do momento: vencer! E não é só por causa desses eventos.

   A sede de vitória e de conquistas é o dínamo que impulsiona o ser humano a viver intensamente, a superar limites. Não é possível viver bem sem motivação para isso. Mas essa sede de vitória vem, necessariamente, acompanhada da competição e da consequente derrota de alguém ou de algo. Para que haja vitória, é preciso haver disputa, concorrência, derrota, frustração, alegria e tristeza, companheiro e adversário; enfim, ganhos e perdas. Sim, é necessário saber ganhar, mas até que isso não é tão complicado. O que de fato incomoda é perder, e o que mais precisamos no decorrer da vida é saber lidar com a perda. Não é uma questão de pessimismo, mas exatamente o contrário: por ser otimista é que digo que precisamos saber aproveitar a derrota a nosso favor. A frustração edifica, quando bem trabalhada, e às vezes só nos damos conta do valor da vitória quando passamos e “vencemos” as fase dolorosa da derrota. Em se tratando de competições na área do esporte, a revanche tem um gosto mais saboroso de vitória; é quase uma “vingança”, o que não seria nada cristão! Mas, em se tratando de fé, o recomeço, o novo desafio após a perda, a “revanche”, é uma maravilhosa pedagogia de Deus conosco. Acabamos por descobrir uma força escondida que não pode (e não é) humana apenas, a nos impelir adiante para vencer, não segundo os critérios do mundo, mas os de Deus, que em Jesus “venceu” o mundo através da mais extravagante derrota, aparentemente. E é esta derrota aparente que, quando compreendida, deu aos discípulos a força para ir além de seus limites, vencendo o medo e o desânimo da perda, para conquistar pessoas e lugares jamais imaginados por eles, para anunciar o Cristo crucificado e ressuscitado como Mestre e Salvador a ser assumido por quem quisesse aderir à fé.

   Foi essa experiência que fez com que João dissesse à comunidade primitiva: “Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé!” (1Jo 5,4). E João só foi capaz de dizer isso porque pôde provar que uma derrota não só não é eterna, como pode gerar força suficiente e ser impulso para uma vitória maior.

   Para saber lidar com a perda, precisamos olhar para Jesus e ouvir sua voz. É desse modo que será viável a compreensão da derrota, quando fizemos “tudo certo” e não conseguimos o resultado esperado ou o relacionamento pretendido, o emprego desejado ou a recompensa ambicionada. É desse modo também que não desanimaremos com a aparente derrota diante da droga ou da violência, da desigualdade e da injustiça. Não vamos vencer sempre, mas vamos lutar sempre e venceremos a batalha final, que já está garantida para aquele que crê.
De fato, já “somos mais que vencedores, graças àquele que nos amou” (Rm 8,37).
Pe Reginaldo Carreira
Livro "Juventude e Fé"

Veja também:

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ORAÇÃO DE COMBATE E TRANSFERÊNCIA DE TODO MAL

Início: Reze: “Chagas abertas coração ferido, o sangue de Cristo está entre nós e o perigo.” (3x). Reze a oração de São Bento: “A Cruz Sagrada seja a minha luz não seja o dragão o meu guia. Retira-te satanás nunca me aconselhes coisas vãs, é mau o que me ofereces, bebe tu mesmo o teu veneno.” Reze a pequena oração de exorcismo de Santo Antônio: “Eis a cruz de Cristo! Fugi forças inimigas! Venceu o Leão da tribo de Judá, A raiz de Davi! Aleluia!” Proclame com fé e autoridade: “O Senhor te confunda satã, confunda-te o Senhor.” (Zacarias 3,2) Reze: Ave Maria cheia de Graça... Oração: Eu (diga seu nome completo), neste momento, coloco-me na presença de meu Senhor, Rei e Salvador Jesus Cristo, sob os cuidados e a intercessão de minha Mãe Santíssima e Mãe do meu Senhor, a Virgem Maria, debaixo da poderosa proteção de São Miguel Arcanjo e do meu Anjo da Guarda, para combater contra todas as forças do mal, ações, ataques, contaminações, armadilhas, en

Oração para se libertar da Dependência Afetiva

Senhor Jesus Cristo, reconheço que preciso de ajuda. Cedi ao apelo de minhas carências e agora sou prisioneiro desse relacionamento. Sinto-me dependente da atenção, presença e carinho dessa pessoa. Senhor, não encontro forças em mim mesmo para me libertar da influência dessas tentações. A toda hora esses pensamentos e sentimentos de paixão e desejo me invadem. Não consigo me livrar deles, pois o meu coração não me obedece. A tentação me venceu. E confesso a minha culpa por ter cedido às suas insinuações me deixando envolver. Mas, neste momento, eu me agarro com todas as minhas forças ao poder de Tua Santa Cruz. Jesus, eu suplico que o Senhor ordene a todas as forças espirituais malignas que me amarram e atormentam por meio desses sentimentos para que se afastem de mim juntamente com todas as suas tentações. Senhor Jesus, a partir de agora eu não quero mais me deixar arrastar por esses espíritos de impotência, de apego, de escravidão sentimental, de devassidão, de adultério, de louc

ORAÇÃO EXORCISTA DE SANTO ANTÔNIO QUE TODO CATÓLICO PODE FAZER

A tradição popular diz que Santo Antônio deu uma oração a uma pobre mulher que procurava ajuda contra as tentações do demônio. Sisto V, Papa franciscano, mandou esculpir a oração – chamada também de “lema de Santo Antônio” – na base do obelisco que mandou erigir na Praça de S. Pedro, em Roma. Eis o original, em latim: Ecce Crucem Domini! + Fugite partes adversae! + Vicit Leo de tribu Juda, + Radix David! Alleluia! Eis a tradução: Eis a cruz do Senhor! + Fugi forças inimigas! + Venceu o Leão de Judá, + A raiz de David! Aleluia ! Esta breve oração tem todo o sabor de um pequeno exorcismo. Também nós podemos usá-la – em latim ou português – para nos ajudar a superar as tentações que se nos apresentam. Origem da Bênção de Santo Antônio Existem muito poucas pesquisas sobre a origem desta bênção. E nenhuma pesquisa séria mais recente. Até hoje, a mais citada é a dos Bolandistas. E mesmo esta é baseada numa lenda. Eles a contam assim: “Havia em Portugal, no reinado do rei Diniz, uma pessoa at