“Fazei isto em memória de mim”
Tomou em seguida o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o
e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em
memória de mim. Do mesmo modo
tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança em
meu sangue, que é derramado por vós. (São Lucas 22, 19-20)
Um pouco da história de Corpus Christi
A celebração teve origem
em 1243, em Liège, na Bélgica, no século XIII, quando a freira Juliana de
Cornion teria tido visões de Cristo demonstrando-lhe desejo de que o mistério
da Eucaristia fosse celebrado com destaque.
A solenidade do Corpo de
Cristo foi instituída pelo Papa Urbano IV em 1264, através da Bula Papal
"Trasnsiturus de hoc mundo", estendeu a festa para toda a Igreja,
pedindo a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos. Compôs o
hino “Lauda Sion Salvatorem” (Louva, ó Sião, o Salvador), ainda hoje usado e
cantado nas liturgias dos cinco continentes.
A
procissão com a Hóstia consagrada conduzida em um ostensório é datada de 1274.
Foi na época barroca, contudo, que ela se tornou um grande cortejo de ação de
graças. Celebrada numa quinta-feira, seguinte
ao domingo da Santíssima Trindade, pelo
fato da Sagrada Eucaristia ter sido instituída por Jesus, nesse dia, durante a
Última Ceia no Cenáculo, em Jerusalém, véspera de sua morte na Cruz.
Lindo, não é mesmo? Na Sagrada Eucaristia,
vivemos o Mistério do Amor, onde Jesus se entrega por completo, Ele se
transforma no Pão que dá a vida e alimenta a nossa alma e no Vinho, a Nova
Aliança, que une o Seu Sagrado Coração ao nosso coração, que muitas vezes
corrompido por nosso orgulho e ressentimentos não nos deixa enxergar a beleza
desse verdadeiro Tesouro, e muitas vezes por medo, não temos a coragem de
avançar e buscá-lo.
A nossa história, sem Cristo, não tem
sentido. Uma vida sem Jesus, simplesmente é vazia, sem brilho. Eu vejo tanta
gente procurando o tesouro, mas sempre encontram as bijuterias que o mundo
oferece. Bijuterias reluzentes, bonitas, praticamente idênticas às originais.
Muitos se contentam com a pedras de vidro, que parecem diamantes. Mal sabem que
o vidro se quebra facilmente e juntar os cacos não é uma das tarefas mais
agradáveis. Se não tivermos cuidado nos cortamos, machucamos e isso causa
dores, deixando suas marcas, muitas vezes pelo resto da vida.
Nessa busca do tesouro, muitos desiludidos e
abatidos pelo cansaço, ficam pelo caminho, desistem e muitas vezes nem percebem
que aquele Tesouro tão valioso está mais perto do que se imagina. Mas há
aqueles que, mesmo feridos pelas pedras, mesmo cheios de dores causadas pela
procura, não desistem, vão cavando, cavando, cavando e... Pronto! Uau! Os olhos
brilham e o coração dispara. Encontram e contemplam aquele Tesouro valioso, o
mais belo e valioso de todos, que por tanto tempo ficou escondido. Um Tesouro
que não se troca por nada, não importa o quanto é oferecido. Essa é a Sagrada
Eucaristia, sensível como o amor de Jesus e valioso pela sua entrega. É a
comunhão entre o filho e Deus.
Na Eucaristia, fazemos memória do amor
absoluto de Jesus, apesar de sermos pecadores, se entregou por amor a nós. É um
Deus que se doa, que se deixa ser consumido e tocado. Um Deus grande que se fez
pequeno, pobre e vulnerável. Um Tesouro, ignorado e desconhecido por muitos que
preenche todo o nosso ser e o seu brilho ilumina o nosso caminho, nos dando a
direção certa para chegar ao céu.
Michele Vargas – vocacionada da Comunidade Encontro
Referência bibliográfica: Canção Nova (A
história de Corpus Christi)
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