“Levantar-me-ei e irei a meu pai, e dir-lhe-ei: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho” (Lc 15,18s).
A
Confissão deve ser para nós vivência profunda da misericórdia divina, onde
encontramos o perdão, a cura e libertação de nossos pecados e condução no
tratamento de nossas limitações e fraquezas. Reduzir a Confissão simplesmente
ao âmbito de perdoar pecados é limitar a ação divina e distorcer a potência da
Misericórdia Divina; que tem seu foco na grandeza suprema de Deus, que não se
limita a ter misericórdia, mas é a própria Misericórdia.
Deus
em si não é limitado, porém quis limitar sua ação em nossas vidas através de
nossa liberdade. Somos livres para amá-lo e buscá-lo, para desprezá-lo e fugir
dele a opção é nossa. Dentro de nós existe a sede e necessidade do infinito, e
também a inclinação para o mal que consequentemente nos afasta da graça.
Na
Confissão damos a Deus livre acesso em nossa vida e história, deixamos nossa
liberdade vulnerável à vontade divina que sempre nos conduz para aquilo que é a
verdadeira liberdade. Nós que somos chamados a “celebrar a misericórdia”, precisamos nos aprofundar, deixar a
misericórdia atingir o mais profundo de nós, adentrar nossas moradas mais
ocultas e subterrâneas e vir à tona, à superfície todos os entulhos guardados e
todos os talentos enterrados.
Flávia do Nascimento Gomes
Comunidade Encontro
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