Em uma entrevista ao jornal italiano Il Foglio, o cardeal guineense falou de sua experiência de ter servido 3 Papas durante seu período na Cúria Romana. Sarah refutou os comentários de que seu cargo liderando a Congregação para o Culto Divino era "uma posição honorária, mas de pouca importância".
"Acredito que a responsabilidade pela liturgia nos coloca no coração da Igreja, de sua razão de ser. A Igreja não é nem uma administração nem uma instituição humana. A Igreja misteriosamente prolonga a presença de Cristo na Terra", disse ele.
"Se Deus não está no centro da vida da Igreja, então ela corre o risco de morrer", disse o cardeal.
Uma tradução em inglês da entrevista do cardeal foi publicada na quarta-feira pelo National Catholic Register, do grupo EWTN, recordando que no último 20 de fevereiro, o Papa Francisco aceitou a renúncia do Cardeal Sarah como prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Sarah havia apresentado sua renúncia ao Santo Padre quando ele completou 75 anos em junho de 2020, como as normas da Igreja prescrevem.
Antes de sua renúncia, Sarah era o prelado africano mais sênior no Vaticano, nomeado chefe do departamento de liturgia pelo próprio Papa Francisco em novembro de 2014.
Sarah citou o Concílio Vaticano II, que em sua Constituição sobre a liturgia afirma que a mesma é "uma ação sagrada que supera todas as outras" e "o ápice para o qual a atividade da Igreja se dirige; ao mesmo tempo é a fonte a partir da qual todo emana todo o seu poder”.
"A Igreja existe para entregar os homens a Deus e entregar Deus aos homens", explicou Sarah. "Este é precisamente o papel da liturgia: adorar a Deus e comunicar a graça divina às almas. Quando a liturgia está doente, toda a Igreja está em perigo porque sua relação com Deus não está apenas enfraquecida, mas profundamente danificada."Ele lembrou o comentário de Bento XVI de que a crise da Igreja é "essencialmente uma crise da liturgia porque é uma crise da relação (da Igreja) com Deus".
Ele disse que essas questões são cruciais, "porque determinam o lugar que damos a Deus", e lamentou que estas discussões tenham se tornado "ideológicas". e que sempre tentou ser um servo “da verdade do Evangelho”, refutando os que dizem que seu cargo na Cúria era figurativo e que ele se opunha ao Concílio Vaticano II.
O purpurado disse em sua entrevista que quando o Papa Francisco lhe avisou que havia decidido aceitar sua carta de renúncia, "respondi imediatamente que estava feliz e grato por sua decisão".
"Estou feliz e orgulhoso por ter servido três papas - São João Paulo II, Bento XVI e Francisco - na Cúria Romana por mais de 20 anos", prosseguiu.
"Algumas pessoas insinuam sem razão ou sem ser capazes de fornecer provas concretas e críveis de que (o Papa e eu) éramos inimigos, isto não é verdade! O Papa Francisco gosta de franqueza. Sempre trabalhamos juntos com simplicidade, apesar das fantasias dos jornalistas", afirmou ainda.
Ele também declarou "falsa" a afirmação de que era um opositor ao Concílio Vaticano II porque falava de um sentido do sagrado na liturgia.
"Não acredito que a luta entre progressistas e conservadores tenha qualquer significado na Igreja. Essas categorias são políticas e ideológicas", disse ele, acrescentando que "a Igreja não é um campo de luta política".
É lamentável, diz o Cardeal Sarah, que exista "ideólogos" que antepõem a Igreja pré-Conciliar e a Igreja pós-Conciliar.
Segundo o cardeal, essas pessoas "são divisoras; estão fazendo o trabalho do diabo.
"A Igreja é uma, sem ruptura, sem mudar de rumo, porque seu Fundador 'Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre'", disse ele. "Ela vai em direção a Deus, ela nos direciona para ele. Da profissão de fé de São Pedro ao Papa Francisco através do Vaticano II, a Igreja nos volta para Cristo."
Agora que ele está aposentado, Sarah disse que pretendia continuar trabalhando e estava feliz por ter mais tempo para orar e ler.
"Continuarei a escrever, a falar, a viajar. Aqui em Roma, continuo recebendo padres e fiéis de todo o mundo", disse ele.
Sarah continuará a servir como membro da Congregação para as Causas dos Santos do Vaticano, onde disse ter visto "com imensa alegria como a Igreja está repleta de santidade".
"Mais do que nunca, a Igreja precisa de bispos que falem claramente, livres e fiéis a Jesus Cristo e aos ensinamentos doutrinários e morais de seu Evangelho", afirmou o prelado.
"Pretendo continuar esta missão e até ampliá-la", concluiu.
"Acredito que a responsabilidade pela liturgia nos coloca no coração da Igreja, de sua razão de ser. A Igreja não é nem uma administração nem uma instituição humana. A Igreja misteriosamente prolonga a presença de Cristo na Terra", disse ele.
"Se Deus não está no centro da vida da Igreja, então ela corre o risco de morrer", disse o cardeal.
Uma tradução em inglês da entrevista do cardeal foi publicada na quarta-feira pelo National Catholic Register, do grupo EWTN, recordando que no último 20 de fevereiro, o Papa Francisco aceitou a renúncia do Cardeal Sarah como prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Sarah havia apresentado sua renúncia ao Santo Padre quando ele completou 75 anos em junho de 2020, como as normas da Igreja prescrevem.
Antes de sua renúncia, Sarah era o prelado africano mais sênior no Vaticano, nomeado chefe do departamento de liturgia pelo próprio Papa Francisco em novembro de 2014.
Sarah citou o Concílio Vaticano II, que em sua Constituição sobre a liturgia afirma que a mesma é "uma ação sagrada que supera todas as outras" e "o ápice para o qual a atividade da Igreja se dirige; ao mesmo tempo é a fonte a partir da qual todo emana todo o seu poder”.
"A Igreja existe para entregar os homens a Deus e entregar Deus aos homens", explicou Sarah. "Este é precisamente o papel da liturgia: adorar a Deus e comunicar a graça divina às almas. Quando a liturgia está doente, toda a Igreja está em perigo porque sua relação com Deus não está apenas enfraquecida, mas profundamente danificada."Ele lembrou o comentário de Bento XVI de que a crise da Igreja é "essencialmente uma crise da liturgia porque é uma crise da relação (da Igreja) com Deus".
Ele disse que essas questões são cruciais, "porque determinam o lugar que damos a Deus", e lamentou que estas discussões tenham se tornado "ideológicas". e que sempre tentou ser um servo “da verdade do Evangelho”, refutando os que dizem que seu cargo na Cúria era figurativo e que ele se opunha ao Concílio Vaticano II.
O purpurado disse em sua entrevista que quando o Papa Francisco lhe avisou que havia decidido aceitar sua carta de renúncia, "respondi imediatamente que estava feliz e grato por sua decisão".
"Estou feliz e orgulhoso por ter servido três papas - São João Paulo II, Bento XVI e Francisco - na Cúria Romana por mais de 20 anos", prosseguiu.
"Algumas pessoas insinuam sem razão ou sem ser capazes de fornecer provas concretas e críveis de que (o Papa e eu) éramos inimigos, isto não é verdade! O Papa Francisco gosta de franqueza. Sempre trabalhamos juntos com simplicidade, apesar das fantasias dos jornalistas", afirmou ainda.
Ele também declarou "falsa" a afirmação de que era um opositor ao Concílio Vaticano II porque falava de um sentido do sagrado na liturgia.
"Não acredito que a luta entre progressistas e conservadores tenha qualquer significado na Igreja. Essas categorias são políticas e ideológicas", disse ele, acrescentando que "a Igreja não é um campo de luta política".
É lamentável, diz o Cardeal Sarah, que exista "ideólogos" que antepõem a Igreja pré-Conciliar e a Igreja pós-Conciliar.
Segundo o cardeal, essas pessoas "são divisoras; estão fazendo o trabalho do diabo.
"A Igreja é uma, sem ruptura, sem mudar de rumo, porque seu Fundador 'Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre'", disse ele. "Ela vai em direção a Deus, ela nos direciona para ele. Da profissão de fé de São Pedro ao Papa Francisco através do Vaticano II, a Igreja nos volta para Cristo."
Agora que ele está aposentado, Sarah disse que pretendia continuar trabalhando e estava feliz por ter mais tempo para orar e ler.
"Continuarei a escrever, a falar, a viajar. Aqui em Roma, continuo recebendo padres e fiéis de todo o mundo", disse ele.
Sarah continuará a servir como membro da Congregação para as Causas dos Santos do Vaticano, onde disse ter visto "com imensa alegria como a Igreja está repleta de santidade".
"Mais do que nunca, a Igreja precisa de bispos que falem claramente, livres e fiéis a Jesus Cristo e aos ensinamentos doutrinários e morais de seu Evangelho", afirmou o prelado.
"Pretendo continuar esta missão e até ampliá-la", concluiu.
ACI Digital
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