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Christus vivit: a amizade é um grande presente de Deus

"Christus vivit", a Exortação apostólica do Papa Francisco.
Já não vos chamo servos, mas amigos”, diz Jesus aos seus discípulos. A amizade, escreve o Papa, não é uma “relação fugaz e passageira”, mas uma sólida “relação de afeto que nos faz sentir unidos”.

Christus vivit
(parágrafos 150-157)

Na amizade de Cristo
150. Por mais que vivas e experimentes, nunca chegarás às profundezas da juventude, nem conhecerás a verdadeira plenitude de ser jovem, se não te encontrares cada dia com o grande Amigo, se não viveres na amizade de Jesus.
151. A amizade é um presente da vida e um dom de Deus. Através dos amigos, o Senhor purifica-nos e faz-nos amadurecer. Ao mesmo tempo, os amigos fiéis, que permanecem ao nosso lado nos momentos difíceis, são um reflexo do carinho do Senhor, da sua consolação e da sua amorosa presença. Ter amigos ensina-nos a abrir-nos, a compreender, a cuidar dos outros, a sair da nossa comodidade e isolamento, a partilhar a vida. Por isso, «nada se pode comparar a um amigo fiel, e nada se iguala ao seu valor» (Sir 6, 15).
152. A amizade não é uma relação fugaz e passageira, mas estável, firme, fiel, que amadurece com o passar do tempo. É uma relação de afeto que nos faz sentir unidos e, ao mesmo tempo, é um amor generoso que nos leva a procurar o bem do amigo. Embora os amigos possam ser muito diferentes entre si, há sempre algumas coisas em comum que os leva a sentir-se próximos, e há uma intimidade que se partilha com sinceridade e confiança.
153. A amizade é tão importante que o próprio Jesus Se apresenta como amigo: «Já não vos chamo servos (…), a vós chamei-vos amigos» (Jo 15, 15). Com a graça que Ele nos dá, ficamos tão elevados que somos realmente seus amigos. Com o mesmo amor que Ele derrama em nós, podemos amá-Lo, estendendo o seu amor aos outros com a esperança de que também estes tenham o seu lugar na comunidade de amigos fundada por Jesus Cristo.[80]E, embora já esteja ressuscitado e plenamente feliz, podemos ser generosos para com Ele, ajudando-O a construir o seu Reino neste mundo, sendo seus instrumentos para levar a sua mensagem, a sua luz e sobretudo o seu amor aos outros (cf. Jo 15, 16). Os discípulos ouviram a chamada de Jesus à amizade com Ele; foi um convite que não os forçou, propondo-se delicadamente à sua liberdade: «Vinde e vereis – disse-lhes; e eles foram –, viram onde morava e ficaram com Ele nesse dia» (Jo 1, 39). Depois daquele encontro, íntimo e inesperado, deixaram tudo e partiram com Ele.
154. A amizade com Jesus é indissolúvel. Nunca nos deixa, embora às vezes pareça calado. Quando precisamos d’Ele, deixa-Se encontrar por nós (cf. Jr 29, 14), e está ao nosso lado para onde quer que formos (cf. Js 1, 9). Porque Ele nunca quebra uma aliança. A nós, pede-nos para não O abandonarmos: «Permanecei em Mim, que Eu permaneço em vós» (Jo 15, 4). Mas, se nos afastarmos, «Ele permanecerá fiel, pois não pode negar-Se a Si mesmo» (2 Tim 2, 13).
155. Com o amigo, conversamos, partilhamos as coisas mais secretas. Com Jesus, também conversamos. A oração é um desafio e uma aventura. E que aventura! Permite que O conheçamos cada vez melhor, entremos no seu mistério e cresçamos numa união cada vez mais forte. A oração permite-nos contar-Lhe tudo o que nos acontece e permanecer confiantes nos seus braços e, ao mesmo tempo, proporciona-nos momentos de preciosa intimidade e afeto, onde Jesus derrama a sua própria vida em nós. Rezando, «abrimos o jogo» a Ele, damos-Lhe lugar «para que Ele possa agir, possa entrar e possa vencer».[81]
156. Assim, é possível chegar a experimentar uma unidade constante com Ele, que supera tudo o que possamos viver com outras pessoas: «Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim» (Gal 2, 20). Não prives a tua juventude desta amizade. Poderás senti-Lo a teu lado, e não só quando rezas. Reconhecerás que caminha contigo em todos os momentos. Procura descobri-Lo e viverás a experiência estupenda de saber que estás sempre acompanhado. Foi o que viveram os discípulos de Emaús: enquanto caminhavam e conversavam desiludidos, Jesus fez-Se presente e «pôs-Se com eles a caminho» (Lc 24, 15). Um santo dizia que «o cristianismo não é um conjunto de verdades em que é preciso acreditar, de leis que se devem observar, de proibições. Apresentado assim, repugna. O cristianismo é uma Pessoa que me amou tanto que reclama o meu amor. O cristianismo é Cristo».[82]
157. Jesus pode unir todos os jovens da Igreja num único sonho, «um sonho grande, um sonho capaz de envolver a todos. O sonho, pelo qual Jesus deu a vida na cruz, e o Espírito Santo no dia de Pentecostes foi derramado e gravado a fogo no coração de cada homem e mulher, no coração de cada um. (…) Gravou-o com a esperança de aí encontrar espaço para crescer e desenvolver-Se. Um sonho, um sonho chamado Jesus, semeado pelo Pai: Deus como Ele, como o Pai, enviado pelo Pai com a confiança que crescerá e viverá em todo o coração. Um sonho concreto, que é uma Pessoa, que corre nas nossas veias, faz exultar e dançar de alegria o coração».[83]

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