Estamos
vivendo o Tempo Litúrgico da Páscoa! Momento de profunda comemoração do triunfo
glorioso de Jesus sobre a morte que incentiva os cristãos a recordar cada
palavra dita por ele, cada passo que deu, levando-nos a contemplar a Ressurreição,
que significa o ato de ressurgir, ressuscitar, voltar à vida. Rica de sentido,
este tempo pascal pode ser direcionado para à transformação de cada um na busca
de uma vida melhor e plena. A Páscoa pode ser um marco pelo qual a pessoa é
convidada a renascer, isto é, transformar-se interiormente a luz do Cristo
Ressuscitado.
Nos
últimos anos estamos passando por momentos difíceis na sociedade. Clamamos por
mudanças sociais e políticas imprescindíveis para o bem comum, pois estamos
cansados de tanta imoralidade, corrupção e falta de ética. Contudo, apenas
reclamar e demonstrar insatisfação não fará qualquer diferença. A mudança só
acontece quando encaramos a situação atual com a determinação de mudar a si
mesmo a luz da fé e de mudar a própria relação com as pessoas e o mundo com um
todo. Isso inclui não aceitar a injustiça e lutar pacificamente pelo que acreditamos.
Isso sim é efetivo e comprometedor.
Desse
modo, sair da zona de conforto, exige autoconhecimento. Essa busca profunda
leva-nos descobrir quem realmente somos e, principalmente, o que queremos tornar
e mudar socialmente. A partir daí é preciso a luz do Cristo Ressuscitado
encontrar a vontade de mudar e colocar em prática o que desejamos. Urgente é a determinação
pela mudança, ou seja, viver a Páscoa com profundidade. Essa ordem interior
alavancará melhores possibilidades, e o verdadeiro significado da Páscoa perpassará
pela capacidade do ser humano iluminado pela graça de Deus de renascer e de
renovar-se neste tempo pascal. Essa capacidade corresponde ao desapego
necessário para libertar-se a luz da ressurreição como nos diz o Apóstolo Paulo
(cf. Rm 6,1-14) do "homem velho" escravo do pecado, possibilitando o renascimento do "homem novo", pleno de
fé e esperança.
A
vida está sempre em transformação e a natureza nos prova todos os dias que o
fim de uma etapa é também o início de outra, assim como o fim do dia é o
prelúdio de um novo amanhecer. É importante seguir esse fluxo, pois a nossa transformação
interior guarda um sentido muito especial quando revela o nosso próprio poder a
luz da fé no Cristo Ressuscitado de comprometer com as mudanças que desejamos.
A Páscoa nos inspira o recomeço, o reviver de forma mais satisfatória. Que as celebrações
ao longo da Páscoa incluam esse sentido de transformação interior, para que não
seja apenas mais um tempo do nosso calendário litúrgico, mas represente o
surgimento de um novo “eu”, mais consciente de suas responsabilidades no mundo.
Seminarista Fernando Acácio
Seminarista Fernando Acácio
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