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Tempos fortes para a santidade - Exercícios espirituais para a Quaresma 2016

QUARESMA 2016

Nesta quaresma, nós Comunidade Encontro, convidamos você a praticar alguns exercícios que vão levá-lo a uma transformação de vida. O Senhor quer conduzir você por caminhos muito santos e lindos! Abra seu coração e acolha com alegria tudo aquilo que Ele te chama a viver. É momento de viver a santidade, de assumir a identidade de santos e santas. 
Os exercícios espirituais que os santos ao longo da história de suas vidas praticaram, fizeram com que eles vivessem numa profunda liberdade interior e uma santa indiferença com relação às coisas boas ou ruins que lhes aconteceram nesse período de peregrinação que passaram na terra. Eles pareciam voar e já estar tocando o Céu, eram como verdadeiros homens e mulheres bem estranhos aos olhos do mundo, mas totalmente conhecidos pelo Criador de tudo. 
Faça essa experiência sem medo, trilhe esse caminho e toque no coração de Deus, toque o Céu, não tenha medo de nascer de novo, sendo na terra, a exemplo de Cristo, a expressão do amor de Deus. Você nasceu para testemunhar a vida, ser a vida e ser o sorriso de Deus no mundo, pois todos os que encontraram esse tesouro venceram a batalha e já vivem o Céu! 

SANTIDADE... NÃO DEVEMOS TER MEDO DA SANTIDADE
Deus não nos tira nada Ele nos dá tudo. Na luta pela santidade devemos tomar uma postura radical, pois a vida de santidade é uma provocação ao mundo, ser santo é um ato de radicalidade e que agride o mundo de modo a levá-lo a nos desprezar de muitas formas e por muitas vezes querer nos eliminar levando-nos ao martírio, diante de tanta fúria que causamos a esse mundo envolvido nas trevas. Com isso vejo que a busca de santidade requer muita radicalidade ao ponto de assumirmos a mesma postura de São Domingos Sávio e dizermos: “Antes morrer do que pecar.” Para uma vida radical, atitudes e palavras radicais. Se não for assim com certeza não terá nada de radical e não seremos diferentes em nada do mundo. O maior medo de um santo não pode ser o de aborrecer as pessoas e desagradá-las, o santo não pode ter medo de estar ofendendo ou magoando as pessoas por escolher o caminho da verdade, da pureza, da honestidade e do amor. Ele não pode ter medo de ser rejeitado e perseguido por causa do Evangelho e nem ficar se sentindo culpado por ter feito a coisa certa diante do mundo que sempre usa dos discursos enganadores dizendo que tal coisa é normal, afinal todo mundo faz mesmo e não fazer isso ou aquilo é ridículo e fora de moda, coisa do passado. O mundo vem com tudo dizendo que tomar determinada postura de “santinho” não muda em nada e isso não se faz mais, já era... Na verdade o santo precisa ter medo apenas de uma coisa, assim como Santa Gemma Galgani: “Só tenho medo... de magoar Jesus.” Esse caminho de santidade que na verdade todos são chamados a trilhar não se faz de qualquer maneira e nem é percorrido com frouxidão, melindres e apegos. Aqueles que tomarem uma postura muito firme com uma determinada determinação como dizia Santa Tereza de Ávila, esses realmente não só permanecerão no caminho como seguirão até o fim. Com essas palavras Santa Teresa quis realçar a fortaleza, a atitude decidida e a totalidade da entrega a Deus. “Determinar-se” é começar uma nova vida; “determinada determinação” é encurtar as distâncias e fazer de tudo para não voltar atrás; é fazer uma “opção fundamental” por Cristo. Só se é santo pela graça de Deus, mas o Senhor nos convida a colaborar com Ele e nos chama a darmos o nosso sim abrindo o nosso coração para que Ele faça o que quiser em nossas vidas. Ele quis precisar da participação do homem e quer que essa resposta seja livre e consciente de nossa parte. Como dizia Santo Agostinho: “O Divino acontece quando o humano favorece.” Submeter-se ao Senhor e ter a Cristo em primeiro lugar, como nos ensina o nosso venerável São Bento em sua Regra no capítulo 4 versículo 21: “Nada antepor ao amor de Cristo.” 
Muitos acham que o caminho de santidade é largo e cheio de prazeres, pensam que a vida de santidade é feita da negociação das próprias vontades com a vontade de Deus, mas não é assim. O caminho de santidade exige persistência e como já falamos uma determinada determinação. Aqueles que buscam a santidade de coração sabem que terão de travar uma verdadeira batalha contra a sua carne e que deverão contrariar-se constantemente em cada momento de suas vidas, terão de declarar guerra contra o pecado e todas as forças infernais, e que nessa batalha muitas vezes sairão machucados e muitas vezes serão atingidos fortemente pelo mal que os levará ao chão. Mas, “O santo é um pecador que não desiste nunca”. Essa frase saiu do coração de São João Paulo ll e nos mostra que iremos cair, cometer erros, que pecaremos, mas que se não desistirmos chegaremos a santidade, sim, seremos verdadeiramente santos porque isso é possível, o próprio Senhor nos chama à essa realidade e nos garante isso. A prática constante dos exercícios espirituais e das virtudes nos levam à perfeição e a um profundo estado de graça e santidade. É um caminho por muitas vezes longo e árduo, que aparentemente não parece ter resultado algum, mas aí está a diferença entre aqueles que foram chamados e disseram sim ao Senhor com uma fé inabalável crendo no invisível, e aqueles que apesar de terem recebido o mesmo chamado só disseram sim da boca pra fora e não creram, não disseram um sim de coração. Não nos tornamos santos da noite para o dia. São Francisco de Assis percorreu um caminho muito longo para chegar à santidade e de profunda dor, com períodos de aridez, noites escuras, perseguições, decepções e terríveis ataques do maligno, sofreu com enfermidades e desprezo de muitos, mas não desistiu, não desanimou. Porém a sua postura foi de imitar a Cristo em tudo e isso lhe custou a saúde, e muitas, muitas e muitas lutas contra tudo aquilo que pudesse se opor contra essa decisão. Foram longos anos caminhando por estradas desconhecidas por sua humanidade para compreender pouco a pouco todo plano de Deus para a sua vida, mas que valeram a pena. Cada passo que ele dava em direção ao Senhor, o próprio Cristo o feria de amor e o libertava de seus medos, prisões e de todas as coisas que esse mundo oferecia. O pobrezinho de Deus era livre, amou tanto o Senhor que o seu querido amigo lhe deu a honra de participar de suas dores marcando-o com os estigmas. Francisco habituou-se tanto na busca de uma vida santa que o costume de praticá-la se converteu em natureza. Assim como narra esse trecho do Livro: Fontes Franciscanas e Clarianas: Primeira Vida (1Cel) – 97 Capítulo 4 - Do fervor do bem-aventurado Francisco e de sua doença dos olhos. 
“97. 1 Por esse tempo, seu corpo começou a padecer diversas doenças, mais graves do que as que já sofrera. 2 Ele sempre tivera alguma enfermidade, pois tinha castigado duramente o corpo, por muitos anos, para reduzi-lo à servidão. 3 Durante dezoito anos completos, seu corpo não tivera quase nenhum descanso, pois tinha andado por várias e extensas regiões, lançando por toda parte as sementes da palavra de Deus com aquele espírito decidido, devoto e fervente que nele residia. 4 Tinha enchido a terra inteira com o Evangelho de Cristo: num só dia chegava a passar por quatro ou cinco povoados, ou mesmo cidades, anunciando a todos o Reino de Deus, e edificando os ouvintes tanto pela palavra como pelo exemplo, pois toda a sua pessoa era uma língua que pregava. 5 Sua carne estava tão de acordo e obedecia de tal forma ao seu espírito que, enquanto ele procurava atingir a santidade, o corpo não só não impedia mas até corria na frente, de acordo com o que está escrito: “Minha alma teve sede de vós, e o meu corpo mais ainda”. 6 A sujeição já era tão costumeira que se tornara voluntária, e pela humilhação diária tinha conquistado toda essa virtude, PORQUE MUITAS VEZES O HÁBITO PASSA A SER NATUREZA. 
98. 1 Mas, como é uma lei inelutável da natureza e da condição humana que o homem exterior vá perecendo cada dia, enquanto a interioridade se renova sem cessar, aquele vaso preciosíssimo, em que estava o tesouro escondido, começou a ceder por todos os lados e a se ressentir da perda de forças. 2 Entretanto, “quando o homem crê estar no fim, é então que começa” (cfr. Eclo 18,6), seu espírito se tornava mais disposto na medida em que a carne estava mais fraca (cfr. Mt 26,4) . 3 Tão vivo era seu zelo pela salvação das almas e tão grande sua sede pelo bem do próximo que, quando não podia mais andar, percorria as terras montado num jumento. 
4 Os frades lhe pediam constantemente que desse um pouco de alívio ao corpo enfermo e tão debilitado, recorrendo ao auxílio dos médicos. 5 Mas ele, com seu nobre espírito voltado para o céu, desejando apenas dissolver-se para estar com Cristo, recusava-se terminantemente a isso. 6 Entretanto, como não tinha completado em sua carne o que faltava na paixão de Cristo, embora carregasse no corpo os seus estigmas, teve uma grave moléstia dos olhos, como se nele Deus quisesse multiplicar sua misericórdia. 7 A doença crescia cada vez mais e parecia aumentar dia a dia pela falta de cuidado. Frei Elias, a quem escolhera como sua mãe e colocara como pai dos outros frades, acabou obrigando-o a 8 aceitar o remédio pelo nome do Filho de Deus, por quem tinha sido criado, de acordo com o que está escrito: “O Senhor fez sair da terra os remédios, e o homem sensato não os rejeita” (Sir 38,4). 9 Então o santo pai acedeu de bom grado e obedeceu com humildade aos que o aconselhavam.” As vezes certas coisas que lemos e ouvimos a respeito da santidade e dos santos nos soam muito radicais e inatingíveis. Essa reação é normal diante da vida que estamos acostumados a viver, pois somos doutrinados a enxergarmos e caminharmos pelas vias naturais e não pelas vias sobrenaturais. Não queremos ser privados de nada e tudo o que o nosso corpo pede, queremos dar. Mas quando começamos a trilhar um novo caminho onde os desejos do nosso corpo já não são mais o centro de tudo e que a vida não se resume somente a esse plano temporal, onde nos é revelado pela ação do Espírito Santo que há um Deus que nos ama e que nos chama a viver uma nova vida no espírito e que não nascemos somente para essa vida, todas essas ideias de impossível começam e se diluir e passamos a enxergar as coisas e a própria vida de outra maneira. A vida de santidade começa a ter sentido para nós e já não se mostra tão impossível assim. Começamos a nos desacostumar com o jeito do mundo e vamos nos configurando pouco a pouco com o jeito de Deus, com o jeito dos santos. O sobrenatural passa a fazer parte dos nossos pensamentos, sentimentos e desejos, e tudo aquilo que começa a se opor a esses movimentos do Espírito do Senhor na nossa vida, torna-se para nós motivo de renúncia, e já não damos mais tanto valor assim. Se nos parece agora, nessa altura da nossa caminhada, impossível viver de outra forma, impossível não querer e não buscar a santidade. Tudo se inverte, o que era impossível agora torna-se possível e o que era estranho para nós, torna-se o nosso tesouro. Seduzidos pelo Senhor e tocados pelo seu amor, queremos agradá-lo em tudo, Ele, o Santo dos Santos, torna-se o primeiro, o tudo de nossas vidas, aquele a quem amamos e só nos interessa obedecê-lo diante de suas palavras que nos dizem: “Sede santos, porque eu sou santo.” É muito forte o que a palavra de Deus nos diz em l Pedro 1,14-16 a respeito disso tudo que estamos falando: “À maneira de filhos obedientes, já não vos amoldeis aos desejos que tínheis antes, no tempo da vossa ignorância. A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito: Sede santos, porque eu sou santo (Lv 11,44).” A santidade passa a ser para nós algo familiar e desejado, saímos da ignorância e dos moldes do mundo e nos tornamos estranhos para ele. Tornamo-nos exatamente para o mundo aquilo que antes, para nós, era estranho e inalcançável. Agora, dentro do meu coração os papéis se invertem. O mundo olha para nós com a mesma ideia que tínhamos dos santos quando no tempo da nossa ignorância, e nós olhamos pro mundo achando-o estranho, passando a fazer a seguinte pergunta para nós mesmos: “como é que eu podia viver dessa forma? É impossível viver assim, trazendo dentro de mim essa sede e fome de amor e santidade que existe em meu coração. Para mim é impossível viver sem ser santo, pois foi exatamente para isso que eu nasci. A minha vocação é a santidade. 
Por graça de Deus somos tomados da verdade que nos liberta e nos envolve com as respostas que o nosso coração busca desde sempre. Tudo passa a ter sentido: a dor, o sofrimento, a vida e a morte, o amor, as renúncias, as lutas, o perdão, os fatos, as alegrias e tristezas, as vitórias e as derrotas, a condição humana, o divino, o natural e o sobrenatural, o tempo, o que passa e o que não passa, o céu e é claro: A SANTIDADE. Pois o próprio Senhor que é três vezes Santo nos revelou todas essas coisas. Descobrimos que ser santo é a nossa vocação e foi para isso que nascemos. 
Porque então ter medo da santidade se foi justamente para isso que nascemos? Se nascemos para respirar, porque ter medo do ar? Se nascemos para andar, porque ter medo do chão? Se nascemos com o dom da fala, porque ter medo da boca? Se nascemos para amar e ser amados, porque ter medo das pessoas, sendo que essa é a primeira necessidade de todo ser humano e precisamos das pessoas para suprir essa necessidade? Se a santidade é o que nos faz usar todas essas coisas da forma mais bela possível e perceber que são dons preciosos dados por Deus somente para o nosso bem e para a nossa felicidade. Então não há utilidade alguma para nós o medo de sermos santos, muito pelo contrário, deveríamos ter medo de não o sermos. 
Ser santo para nós não pode ser motivo de medo ou de tristeza, tem que ser a nossa meta e o motivo da nossa alegria. 
Os santos são aqueles que resolveram amar, são aqueles que descobriram que “A medida do amor é amar sem medida.” (Santo Agostinho). 
Ser santo é ser amor. O amor nunca vai acabar, todas as outras coisas passarão, somente o amor permanecerá, portanto não tenha medo de ser eterno. A santidade nos levará para a vida na presença do amor e essa festa de santos nunca terá fim. Estaremos morando para sempre com aquele que é Santo, Santo, Santo. A vida eterna nos espera na morada do Altíssimo e a via para chegarmos até essa morada é a santidade, mas somente permanecem nessa via sem se cansar e desistir, aqueles que se decidiram por amar sem reservas.
O amor lança fora o temor e se ser santo é ser amor, então os santos não são pessoas que se deixam aprisionar pelo medo, sentem medo, mas não se tornam escravas dele, muito pelo contrário, enfrentam os medos e os vencem com a força do amor. Assim, se você quer ser santo, ame, e a santidade nunca mais irá te assustar. SEDE SANTOS. 


ROTEIRO DE EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS
1º MOMENTO:
Do DIA 10/02, 4ª FEIRA DE CINZAS (Dia de Santa Escolástica) até o DIA 16/02, fazer abstinência de carne. Desapego, renúncia e uma linda forma de colocar-se no lugar de muitos que não tem quase nada para comer. De forma especial por todos os migrantes que estão fugindo das guerras e das perseguições no Oriente Médio. Doar alguns quilos de carne a famílias e/ou instituições da cidade.

2º MOMENTO:
Do DIA 17/02 ao DIA 23/02 (exceto DIA 22/02 – CÁTEDRA DE SÃO PEDRO APÓSTOLO, FESTA) abster-se de TV e RÁDIO, não ouvindo música e nem vendo vídeos de forma alguma. As redes sociais só serão utilizadas para coisas essenciais ao seu trabalho ou família, e para evangelização profunda com textos de caráter religioso, sempre sem imagem alguma. As únicas redes sociais que postarão imagens serão as da comunidade ou quando compartilharmos algo que já está postado por outros, mas somente de caráter religioso. Viver uma semana de um exercício profundo de manter os olhos fixos em Jesus, na dor dos irmãos. Desviar os olhos das distrações e das coisas do mundo, voltar também para o seu interior. Uma semana de verdadeiros encontros com o Senhor, com os irmãos e conosco mesmos. Ir a um lugar onde possa dar atenção a um grupo de pessoas, visitar uma pessoa, sentar e conversar em momentos fraternos. Renúncia do individualismo, superficialidade, distração para com as coisas de Deus e frieza com a dor, angústia e tristeza do próximo.

3º MOMENTO:
Do DIA 24/02 ao DIA 01/03, abster-se de manteiga, margarina, etc..., de qualquer coisa para passar no pão ou biscoitos na hora do café da manhã e da tarde. Com esse exercício buscar uma profunda libertação de coisas que sempre busca para compensar algo que lhe é tirado, ou que perde, ou ainda, que o traz dor e sofrimento. Precisa perceber que só o Senhor e a sua graça já lhe bastam, que não precisa de complementos e que, na verdade, muitas vezes escraviza-se com tantas coisas que o levam a acreditar que não será capaz de viver sem elas. Desapegue-se de algo e doe para outras pessoas que precisam ou instituição carente. Podemos viver sem muitas coisas, mas somos iludidos e enganados pelo mal em várias áreas de nossa vida onde nos acostumamos e até pensamos serem vitais para nossa felicidade. Peça muito a intercessão e a ajuda de São Francisco diante da sensibilidade que precisa ter e de suas reações.

4º MOMENTO:
Do DIA 02/03 ao DIA 08/03, andar com roupas mais simples, se possível descalço, chinelos... Procurar permanecer assim no maior tempo possível no seu dia a dia durante essa semana. Viva de forma bem discreta, sempre se lembrando do arrependimento e da conversão. Dormir em colchões no chão ou direto no chão mesmo, procurando a verdadeira pobreza. Bem-aventurados os que têm o coração de pobre, porque deles é o Reino do céu! (Mat.5,3). 
Viver uma semana buscando a verdadeira humildade e arrependimento de coração. Procurar distribuir colchões, roupas de cama e banho para pessoas carentes e instituições que estejam precisando.

5º MOMENTO:
Do DIA 09/03 ao DIA 15/03, viver uma semana de períodos de silêncio e muitas adorações ao Santíssimo Sacramento. É hora de entrar em si e refletir (Lc.15,17). Buscar respostas e discernimentos profundos a respeito da própria vocação, chamado, áreas que precisam de cura e libertação, trabalho, relacionamentos, vida familiar, sexualidade e afetividade, vivência do amor e da caridade, e outras áreas que o Espírito de Deus te conduzir. Esse será um período que você poderá tirar para meditar e fazer boas leituras de textos, livros ou capítulos de livros, estudos místicos e escritos que o Senhor te inspirar. 
A doação nesta semana será a de emprestar os ouvidos às pessoas, dar valor e atenção ao que os outros têm para lhe dizer. Coloque-se muito na escuta, procure saber da vida do outro e do que ele precisa e está passando. Doar o seu ombro e o seu carinho, orar e confortar o próximo não com coisas materiais, mas agora com a vida. Visitar as pessoas em suas casas, hospitais, lar de idosos e a quem e onde o Senhor inspirar. Lembre-se sempre que deve ouvir os que convivem com você, não adianta fazer tanta caridade lá fora e não viver de forma intensa a vida fraterna na sua casa.

6º MOMENTO:
Do DIA 16/03 ao DIA 20/03, procure fazer memória de tudo o que você viveu nestes dias e os frutos que produziu. Ponha realmente em prática tudo o que o Senhor te inspirar, essa é a sua hora de ouvir e caminhar com as próprias pernas na maturidade alcançada nesse período. É com você e o Senhor. Serão inspirações e exercícios que você deverá buscar e fazer (Seja convicto, tenha coragem e ousadia). Esteja livre para viver aquilo que ao longo de todo esse período o Senhor te inspirou para por em prática e experimentar nesses últimos dias da quaresma.

7º MOMENTO:
Do DIA 20/03 ao DIA 27/03, você estará pronto para viver a SEMANA SANTA se tiver sido bem fiel. Viva essa semana sem reservas e acreditando que o Senhor te preparou da melhor forma possível para esse momento. Deve crer sem medo e se lançar com tudo, pois o Senhor completará nestes dias a obra que iniciou desde a 4ª Feira de Cinzas (Salmo 137,8). É preciso que creia que chegou a hora de uma obra muito linda se completar e se manifestar em sua vida! 
BOA E SANTA QUARESMA. AMO VOCÊ. PAZ E BEM!
(Clayton Bechepeche Antar – Fundador da Comunidade Encontro)

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2016
Terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Boletim da Santa Sé
“Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9, 13).
As obras de misericórdia no caminho jubilar

1. Maria, ícone duma Igreja que evangeliza porque evangelizada

Na Bula de proclamação do Jubileu, fiz o convite para que «a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus» (Misericordiӕ Vultus, 17). Com o apelo à escuta da Palavra de Deus e à iniciativa «24 horas para o Senhor», quis sublinhar a primazia da escuta orante da Palavra, especialmente a palavra profética. Com efeito, a misericórdia de Deus é um anúncio ao mundo; mas cada cristão é chamado a fazer pessoalmente experiência de tal anúncio. Por isso, no tempo da Quaresma, enviarei os Missionários da Misericórdia a fim de serem, para todos, um sinal concreto da proximidade e do perdão de Deus.

Maria, por ter acolhido a Boa Notícia que Lhe fora dada pelo arcanjo Gabriel, canta profeticamente, no Magnificat, a misericórdia com que Deus A predestinou. Deste modo a Virgem de Nazaré, prometida esposa de José, torna-se o ícone perfeito da Igreja que evangeliza porque foi e continua a ser evangelizada por obra do Espírito Santo, que fecundou o seu ventre virginal. Com efeito, na tradição profética, a misericórdia aparece estreitamente ligada – mesmo etimologicamente – com as vísceras maternas (rahamim) e com uma bondade generosa, fiel e compassiva (hesed) que se vive no âmbito das relações conjugais e parentais.

2. A aliança de Deus com os homens: uma história de misericórdia

O mistério da misericórdia divina desvenda-se no decurso da história da aliança entre Deus e o seu povo Israel. Na realidade, Deus mostra-Se sempre rico de misericórdia, pronto em qualquer circunstância a derramar sobre o seu povo uma ternura e uma compaixão viscerais, sobretudo nos momentos mais dramáticos quando a infidelidade quebra o vínculo do Pacto e se requer que a aliança seja ratificada de maneira mais estável na justiça e na verdade. Encontramo-nos aqui perante um verdadeiro e próprio drama de amor, no qual Deus desempenha o papel de pai e marido traído, enquanto Israel desempenha o de filho/filha e esposa infiéis. São precisamente as imagens familiares – como no caso de Oseias (cf. Os 1-2) – que melhor exprimem até que ponto Deus quer ligar-Se ao seu povo.

Este drama de amor alcança o seu ápice no Filho feito homem. N’Ele, Deus derrama a sua misericórdia sem limites até ao ponto de fazer d’Ele a Misericórdia encarnada (cf. Misericordiӕ Vultus, 8). Na realidade, Jesus de Nazaré enquanto homem é, para todos os efeitos, filho de Israel. E é-o ao ponto de encarnar aquela escuta perfeita de Deus que se exige a cada judeu pelo Shemà, fulcro ainda hoje da aliança de Deus com Israel: «Escuta, Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único! Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças» (Dt 6, 4-5). O Filho de Deus é o Esposo que tudo faz para ganhar o amor da sua Esposa, à qual O liga o seu amor incondicional que se torna visível nas núpcias eternas com ela.

Este é o coração pulsante do querigma apostólico, no qual ocupa um lugar central e fundamental a misericórdia divina. Nele sobressai «a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado» (Evangelii gaudium, 36), aquele primeiro anúncio que «sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, duma forma ou doutra, durante a catequese» (Ibid., 164). Então a Misericórdia «exprime o comportamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e acreditar» (Misericordiӕ Vultus, 21), restabelecendo precisamente assim a relação com Ele. E, em Jesus crucificado, Deus chega ao ponto de querer alcançar o pecador no seu afastamento mais extremo, precisamente lá onde ele se perdeu e afastou d’Ele. E faz isto na esperança de assim poder finalmente comover o coração endurecido da sua Esposa.

3. As obras de misericórdia

A misericórdia de Deus transforma o coração do homem e faz-lhe experimentar um amor fiel, tornando-o assim, por sua vez, capaz de misericórdia. É um milagre sempre novo que a misericórdia divina possa irradiar-se na vida de cada um de nós, estimulando-nos ao amor do próximo e animando aquilo que a tradição da Igreja chama as obras de misericórdia corporal e espiritual. Estas recordam-nos que a nossa fé se traduz em actos concretos e quotidianos, destinados a ajudar o nosso próximo no corpo e no espírito e sobre os quais havemos de ser julgados: alimentá-lo, visitá-lo, confortá-lo, educá-lo. Por isso, expressei o desejo de que «o povo cristão reflicta, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual. Será uma maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina» (Ibid., 15). Realmente, no pobre, a carne de Cristo «torna-se de novo visível como corpo martirizado, chagado, flagelado, desnutrido, em fuga… a fim de ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós» (Ibid., 15). É o mistério inaudito e escandaloso do prolongamento na história do sofrimento do Cordeiro Inocente, sarça ardente de amor gratuito na presença da qual podemos apenas, como Moisés, tirar as sandálias (cf. Ex 3, 5); e mais ainda, quando o pobre é o irmão ou a irmã em Cristo que sofre por causa da sua fé.

Diante deste amor forte como a morte (cf. Ct 8, 6), fica patente como o pobre mais miserável seja aquele que não aceita reconhecer-se como tal. Pensa que é rico, mas na realidade é o mais pobre dos pobres. E isto porque é escravo do pecado, que o leva a utilizar riqueza e poder, não para servir a Deus e aos outros, mas para sufocar em si mesmo a consciência profunda de ser, ele também, nada mais que um pobre mendigo. E quanto maior for o poder e a riqueza à sua disposição, tanto maior pode tornar-se esta cegueira mentirosa. Chega ao ponto de não querer ver sequer o pobre Lázaro que mendiga à porta da sua casa (cf. Lc 16, 20-21), sendo este figura de Cristo que, nos pobres, mendiga a nossa conversão. Lázaro é a possibilidade de conversão que Deus nos oferece e talvez não vejamos. E esta cegueira está acompanhada por um soberbo delírio de omnipotência, no qual ressoa sinistramente aquele demoníaco «sereis como Deus» (Gn 3, 5) que é a raiz de qualquer pecado. Tal delírio pode assumir também formas sociais e políticas, como mostraram os totalitarismos do século XX e mostram hoje as ideologias do pensamento único e da tecnociência que pretendem tornar Deus irrelevante e reduzir o homem a massa possível de instrumentalizar. E podem actualmente mostrá-lo também as estruturas de pecado ligadas a um modelo de falso desenvolvimento fundado na idolatria do dinheiro, que torna indiferentes ao destino dos pobres as pessoas e as sociedades mais ricas, que lhes fecham as portas recusando-se até mesmo a vê-los.

Portanto a Quaresma deste Ano Jubilar é um tempo favorável para todos poderem, finalmente, sair da própria alienação existencial, graças à escuta da Palavra e às obras de misericórdia. Se, por meio das obras corporais, tocamos a carne de Cristo nos irmãos e irmãs necessitados de ser nutridos, vestidos, alojados, visitados, as obras espirituais tocam mais directamente o nosso ser de pecadores: aconselhar, ensinar, perdoar, admoestar, rezar. Por isso, as obras corporais e as espirituais nunca devem ser separadas. Com efeito, é precisamente tocando, no miserável, a carne de Jesus crucificado que o pecador pode receber, em dom, a consciência de ser ele próprio um pobre mendigo. Por esta estrada, também os «soberbos», os «poderosos» e os «ricos», de que fala o Magnificat, têm a possibilidade de aperceber-se que são, imerecidamente, amados pelo Crucificado, morto e ressuscitado também por eles. Somente neste amor temos a resposta àquela sede de felicidade e amor infinitos que o homem se ilude de poder colmar mediante os ídolos do saber, do poder e do possuir. Mas permanece sempre o perigo de que os soberbos, os ricos e os poderosos – por causa de um fechamento cada vez mais hermético a Cristo, que, no pobre, continua a bater à porta do seu coração – acabem por se condenar precipitando-se eles mesmos naquele abismo eterno de solidão que é o inferno. Por isso, eis que ressoam de novo para eles, como para todos nós, as palavras veementes de Abraão: «Têm Moisés e os Profetas; que os oiçam!» (Lc 16, 29). Esta escuta activa preparar-nos-á da melhor maneira para festejar a vitória definitiva sobre o pecado e a morte conquistada pelo Esposo já ressuscitado, que deseja purificar a sua prometida Esposa, na expectativa da sua vinda.

Não percamos este tempo de Quaresma favorável à conversão! Pedimo-lo pela intercessão materna da Virgem Maria, a primeira que, diante da grandeza da misericórdia divina que Lhe foi concedida gratuitamente, reconheceu a sua pequenez (cf. Lc 1, 48), confessando-Se a humilde serva do Senhor (cf. Lc 1, 38).

Vaticano, 4 de Outubro de 2015 
Festa de S. Francisco de Assis. 

FRANCISCUS

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Senhor Jesus Cristo, reconheço que preciso de ajuda. Cedi ao apelo de minhas carências e agora sou prisioneiro desse relacionamento. Sinto-me dependente da atenção, presença e carinho dessa pessoa. Senhor, não encontro forças em mim mesmo para me libertar da influência dessas tentações. A toda hora esses pensamentos e sentimentos de paixão e desejo me invadem. Não consigo me livrar deles, pois o meu coração não me obedece. A tentação me venceu. E confesso a minha culpa por ter cedido às suas insinuações me deixando envolver. Mas, neste momento, eu me agarro com todas as minhas forças ao poder de Tua Santa Cruz. Jesus, eu suplico que o Senhor ordene a todas as forças espirituais malignas que me amarram e atormentam por meio desses sentimentos para que se afastem de mim juntamente com todas as suas tentações. Senhor Jesus, a partir de agora eu não quero mais me deixar arrastar por esses espíritos de impotência, de apego, de escravidão sentimental, de devassidão, de adultério, de louc...

ORAÇÃO EXORCISTA DE SANTO ANTÔNIO QUE TODO CATÓLICO PODE FAZER

A tradição popular diz que Santo Antônio deu uma oração a uma pobre mulher que procurava ajuda contra as tentações do demônio. Sisto V, Papa franciscano, mandou esculpir a oração – chamada também de “lema de Santo Antônio” – na base do obelisco que mandou erigir na Praça de S. Pedro, em Roma. Eis o original, em latim: Ecce Crucem Domini! + Fugite partes adversae! + Vicit Leo de tribu Juda, + Radix David! Alleluia! Eis a tradução: Eis a cruz do Senhor! + Fugi forças inimigas! + Venceu o Leão de Judá, + A raiz de David! Aleluia ! Esta breve oração tem todo o sabor de um pequeno exorcismo. Também nós podemos usá-la – em latim ou português – para nos ajudar a superar as tentações que se nos apresentam. Origem da Bênção de Santo Antônio Existem muito poucas pesquisas sobre a origem desta bênção. E nenhuma pesquisa séria mais recente. Até hoje, a mais citada é a dos Bolandistas. E mesmo esta é baseada numa lenda. Eles a contam assim: “Havia em Portugal, no reinado do rei Diniz, uma pessoa at...