A maturidade está batendo à porta e deixá-la entrar é um pouco desconcertante. Ela não senta benfazeja na sala à espera de um café e de uma boa prosa.
Ela já ingressa abrindo janelas para o ar entrar - poeira, pequenas folhas e insetos indesejados entram junto -, tirando os móveis do lugar, desinstalando aparelhos eletrônicos, troca o café por um suco bem gelado com ingredientes pouco comuns e na cozinha prepara um alimento sólido com bastante consistência como grãos, sementes, produtos integrais - sim! mais originais possíveis - que necessitam de um longo processo de mastigação, deglutição e digestão.
Enquanto me alimento da refeição preparada por ela, sentadas no chão da cozinha, sou conquistada por seu olhar e pela demonstração real da sua ação na vida daqueles que, como eu, um dia, abriram a porta para que ela entrasse.
Fernanda Rosetti
Consagrada da Comunidade Encontro
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