São
40 dias de jejum e penitência que precedem à festa da Páscoa. Essa preparação
existe desde o tempo dos Apóstolos, que limitaram sua duração a 40 dias , em
memória do jejum de Jesus Cristo no deserto. Nesse tempo a Igreja veste seus
ministros com paramentos de cor roxa e suprime os cânticos de alegria: O
"Glória", o "Aleluia" e o "Te Deum".
Os
cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a
acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa.
A cor
roxa: A cor litúrgica deste tempo é o roxo que
simboliza a penitência e a contrição. Usa-se no tempo da Quaresma e do Advento.
Nesta época do ano, os campos se enfeitam de flores roxas e róseas das
quaresmeiras. Antigamente, era costume cobrir também de roxo as imagens nas
igrejas. Na nossa cultura, o roxo lembra tristeza e dor. Isto porque na
Quaresma celebramos a Paixão de Cristo: na Via-Sacra contemplamos Jesus a
caminho do Calvário.
Os 40 dias: Na Bíblia, o número quatro
simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de
nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da
Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as
passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do
povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha,
dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida
pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras.
Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a
necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que
vai acontecer.
O Jejum: A igreja propõe o jejum principalmente como
forma de sacrifício, mas também como uma maneira de educar-se, de ir percebendo
que, o que o ser humano mais necessita é de Deus. Desta forma se justifica as
demais abstinências, elas têm a mesma função. Oficialmente, o jejum deve ser
feito pelos cristãos batizados, na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira
Santa. Pela lei da igreja, o jejum é
obrigatório nesses dois dias para pessoas entre 18 e 60 anos. Porém, podem ser
substituídos por outros dias na medida da necessidade individual de cada fiel,
e também praticados por crianças e idosos de acordo com suas disponibilidades. O
jejum, assim como todas as penitências, é visto pela igreja como uma forma de
educação no sentido de se privar de algo e reverte-lo em serviços de amor, em
práticas de caridade. Os sacrifícios, que podem ser escolhidos livremente, por
exemplo: um jovem deixa de mascar chicletes por um mês, e o valor que gastaria
nos doces é usado para o bem de alguém necessitado.
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